2.28.2021

RETROSPECTIVA 2020 ou O SOM UNIVERSAL DE FRITAR A CABEÇA E ENTORTAR A CUCA

Depois de todas listas que passaram, do samba, forró, rock rep e samba-jazz, segue mais uma lista com mais alguns melhores do ano que passou. 



Sabe aquele som difícil de entender, que para alguns pode parecer ruído e para outros é pura pérola. Pois o som dos artistas e bandas que são apresentados agora, cabe nessa categoria. 

São aqueles sons que dividem opiniões e quase sempre geram críticas extremamente favoráveis ou desfavoráveis. Mas nunca deixará qualquer ouvinte impassível. 

Por estes motivos chegamos a considerar este som de característica vanguardista, como uma verdadeira música experimental e universal.

Entraram nessa lista aqueles discos e artistas considerados muito à frente de seu próprio tempo e que tiveram uma proposta igualmente vanguardista e extremamente ousada. 


MELHORES DA MÚSICA EXPERIMENTAL 


Satanique Samba Trio – Forrível 


A banda ‘Satanique Samba Trio’ apresenta o álbum ‘Forrível’, onde eles demonstram uma atmosfera de filmes de terror misturando forró e outro elementos culturais da música brasileira. A banda segue incentivando o desconforto e a estranheza, mas apresenta seu trabalho mais melódico e ritmado. Um excelente primeiro exemplar à esta lista.


 



Iara Rennó – AfrodisiacA 


Iara Rennó vem com ‘AfrodisiacA’, um disco manifesto feminista, onde apresenta poesias eróticas que reverenciam o orgão genital feminino. Uma obra prima fora de seu tempo, que choca qualquer ouvinte desavisado com poemas concreto-eróticos, representando toda a luta da mulher contra a eterna opressão atual. Um disco com diversas participações como de Anelis Assumpção, Ava Rocha, Tulipa Ruiz, Arrigo Barnabé, Arnaldo Antunes, entre outros.


 



Negro Leo – Desejo de Lacrar 


Negro Leo apresenta em seu ‘Desejo de Lacrar’, uma obra singela, mas que também funciona como um ato supremo de experimentalismo, até se transformar no ato de um arauto da lacração. Um disco produzido pelo bateirista e percussionista Sergio Machado. Um disco que demonstra belas melodias, mas entorta à execução de tal forma a deixar o ouvinte totalmente confuso.


 



Rogério Skylab – Cosmos 


Rogério Skylab vem de ‘Cosmos’, onde ele continua apresentando canções como sempre apresentou. Entretanto, de certa forma Skylab se transmutou com um produção primorosa e arranjos samba-jazz, mas manteve suas letras em muitas vezes escatológicas e em outras com duplo-sentido. De fato, Rogério Skylab continua sendo uma belíssima evolução de si mesmo. Imperdível.


 



Giovanna Moraes – Direto da Gringa 


Giovanna Moraes com ‘Direto da Gringa’, apresenta experimentalismo com roquenrou. A cantora apresenta seu segundo trabalho misturando suas fortes influências brasileiras com outras influências que vêm direto da gringa. Depois de um primeiro disco todo cantado em inglês a cantora mostra sua faceta e brasilidade, mas sem perder o foco gringo. Um disco primordial, que promete novos belos trabalhos desta jovem cantora.


 



Juliana Cortes – 3 


Juliana Cortes vem com ‘3’, um disco belo e sublime com diversas experimentações vocais e instrumentais. Um disco com inúmeras participações especiais como Pedro Luis, Airto Moreira, entre outros. Um híbrido entre o rock, o folk e o experimental.


 



Thiago Nassif – Mente 


Thiago Nassif vem com ‘Mente’, um disco experimental mas que apresenta um suingue dançante por baixo de toda estranheza. O cantor mostra belos poemas concretos musicalizados de forma orgânica e eletrônica. Com diversas participações como Jonas Sá, Arto Lindsay, Ana Frango Elétrico, Laura Wrona e Negro Leo.


 



Trio Pó de Serra – Forró Abstrato 


O ‘Trio Pó de Serra’ apresenta ‘Forró Abstrato’, um disco em que nome já diz tudo o que representa. Diferente do que outras bandas já fizeram com o forró, esse trio joga pó de serragem no forró brasileiro e coloca instrumentos de construção no meio do caldeirão. Definitivamente é impossivel dançar coladinho de buxo com buxo e mijador com mijador. Simplesmente não dá.


 



Aiyê – Gratitrevas 


Aiyê apresenta ‘Gratitrevas’ como um disco de libertação e de reencontro. A cantora Larissa Conforto, após de encerrar sua própria banda, se viu sem rumo e acompanhando melhores amigos músicos em suas próprias turnês, mas foi deste caminho que nasceu seu alter-ego Aiyê e este disco, repleto de belas composições. No começo os arranjos podem levar à estranheza, mas logo se compreende onde quer chegar a cantora. Belíssima estréia solo.


 



Sarine – Raízes Aéreas 


Sarine vem de ‘Raízes Aéreas’, com uma mistura entre o orgânico e o eletrônico. Mariano de Melo, que agora se denomina apenas como Sarine, apresenta este som todo construído em sintetizadores e programações. Uma psicodelia descontrolada e maravilhosamente apresentada.


 



Todos estes discos são incríveis, mas não são para todo mundo… Ouça por sua própria conta e risco… Não nos responsabilizamos pela sua não curtida...

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