2.14.2021

RETROSPECTIVA 2020 ou O SAMBA AINDA SEGUE SENDO O SAMBA

Não se pode falar da música brasileira, seja popular, dos rocks, de reps, sem mencionar o samba e suas batucadas. 


Dando continuidade às listas de melhores discos do ano, seguimos com alguns álbuns que representaram o samba e os batuques, derivados dos terreiros de candomblé e das casas de samba pé no chão. 

Alguns podem se perguntar se essa lista seria uma continuação da lista dos melhores discos de samba-jazz, mas está mais para uma lista paralela, que segue junto e ao mesmo tempo, na mesma ordem. Certos discos de samba-fusion ou samba-rock ou samba-jazz poderiam ter sido considerados para aquela lista, mas não foram, então vieram para esta roda de samba aqui. 

Este ritmo, que muitas vezes é relegado à margem de todos outros gêneros e ritmos da música brasileira, está na raiz de toda música popular brasileira. Tudo vem do samba e todos ritmos têm samba e batuque lá no fundo em sua raiz. Tudo mesmo. Do rock ao rep. Tudo.

 
MELHORES DISCOS DE SAMBA, BATUQUES E AFINS 

Tiganá Santana – Vida-Código 



Tiganá Santana com seu ‘Vida-Código’ é um dos grandes exemplos de disco que poderia ter sido incluso na lista anterior, mas de fato, quase foi considerado na lista principal. Um belo exemplar da delicadeza e da força da música ancestral brasileira. Se você ainda não conhece esse artista, corra e olhe sua vasta discografia, que são muitos exemplares de extrema delicadeza e beleza. Um grande maestro do batuque brasileiro. 

 



Geovana – Brilha Sol 



Geovana apresenta ‘Brilha Sol’, um retorno triunfal à música, depois anos em silêncio. Geovana traz de volta todo seu brilhantismo e sua presença com um álbum singelo e sincero. A grande dama do samba-rock apresenta um disco de samba com grandes parceiros compositores como Beto Sem Braço, Guilherme Lacerda e Luiz Grande. Mas também tem outras participações especiais como Curumin, Fabiana Cozza, Thaíde, Nego Washington, entre outros.

 



Camarão Orkestra – Nação África 



A banda ‘Camarão Orkestra’ vem com ‘Nação Áfrika’, em uma mistura de samba, batuque e jazz, que pode ser até um samba-fusion. Nào podia ficar de fora essa mistura de samba com soul, com jazz e com batuques. A banda francesa mais brasileira que você poderia ouvir hoje. Sendo brasileira, a cantora Amanda Roldan, radicada na frança desde 2013, permite que este álbum seja considerado nesta lista de melhores da música brasileira. A banda formada por diversos músicos estrangeiros faz com que este caldo transborde no som universal do jazz-fusion.

 



Grupo Semente e Simone Mazzer – Cantam e Tocam Nelson Cavaquinho 



O ‘Grupo Semente’ se juntou com Simone Mazzer para apresentar o belíssimo petardo ‘Grupo Semente e Simone Mazzer Cantam e Tocam Nelson Cavaquinho’. O álbum apresenta diversos clássicos do cantor e compositor Nelson Cavaquinho e algumas outras canções nem tão conhecidas deste vasto cancioneiro. A interpretação forte e preciosa da cantora se aliam à destreza instrumentista deste grupo, que já acompanhou por tantos anos a grande Tereza Cristina. Pérola pura!

 



Nei Lopes e Guga Stroeter e Projeto Coisa Fina – No Pagode Black Tie 



Nei Lopes, que é um dos grandes baluartes do samba brasileiro, se aliou ao produtor e vibrafonista Guga Stroeter para juntos chamarem o ‘Projeto Coisa Fina’, a fim de lhes fornecer a belíssima roda de samba, que serviu de base ao álbum ‘No Pagode Black Tie’. Samba e pagode, não há diferença, o disco mostra regravações de grandes classicos deste gênero, como ‘Conselho’ e ‘O show tem que continuar’, entre outras. Não perca!

 



Moacyr Luz e Samba do Trabalhador – Fazendo Samba 



Moacyr Luz e seu eterno ‘Samba do Trabalhador’ trazem o álbum ‘Fazendo Samba’, pra mostrar a mais pura felicidade de se fazer samba. Não há muito o que dizer de um disco de Moacyr Luz e do ‘Samba do Trabalhador’, que há quase 10 anos vêm trazendo a alegria das rodas de samba para os ouvintes ávidos do bom samba. Com participações de Roberta Sá, João Bosco e Leci Brandão. Um disco essencial.

 



Orquestra Afrosinfônica – Orin a Língua dos Anjos 



A ‘Orquesta Afrosinfônica’ apresenta ‘Orin a Língua dos Anjos’, mais um exemplar que poderia estar presente na lista principal e na lista dos samba-jazz e instrumentais. Um disco que mostra o batuque como elemento principal, mas que inclui uma orquestração clássica e sinfônica. Com destaque a nomes como Ubiratan Marques, Lazzo Matumbi, Mateus Aleluia Roberto Barreto, Russo Passapusso, Antonio Carlos e Jocaffi.

 



Luana Carvalho – Baile de Máscaras 



Luana Carvalho apresenta ‘Baile de Máscaras’, onde faz uma homenagem a sua recém falecida matriarca Beth Carvalho e mostra que o samba também pode vir de herança e mostra uma nova roupagem à clássicos do samba. Luana demonstra que o samba ainda tem muito o que evoluir e muito ainda à influenciar na música brasileira. Não acreditam? Ouçam ‘Minha festa’ e encerro o assunto.

 



Carlinhos Vergueiro – Tô Aí 



A voz grave de Carlinhos Vergueiro apresenta ‘Tô Aí’, como um legítimo representante do samba de raiz, de roda, de escola de samba. Daquele tipo de samba de batucar na lata de goiabada ou na caixinha de fósforo, no canto da mesa, nas garrafas em cima de mesa, nos copos e tudo aquilo mais que se encontre no caminho. Um disco que também abre espaço pra delicadeza e singela beleza.

 



Tunico da Vila – Fases da Vida 



Tunico da Vila vem de ‘Fases da Vida’, onde apresenta seu samba como herança nobre. Com inúmeras parcerias como com seu próprio pai Martinho, mas também com Xande de Pilares, Péricles, BK’, Kamau, Rappin’Hood, Rashid, Tereza Cristina, entre outros. Um disco com a requintada produção de Rildo Hora.

 



Depois de tantos sambas e batuques, fiquemos com os corações aquecidos e reconfortados de tanto axé e sons de saudações. Até a próxima roda...

Um comentário:

Unknown disse...

Desde 2018 ñ entrava no blog, pois achava q tinha encerrado e q felicidade a minha ter tantas novidades!! Acompanho vcs desde 2008 ... mto obrigado por ñ pararem ... vida longa ao euovo !!!