Banda de São Carlos (SP) segue caminho autoral de composições instrumentais cheias de experimentações, climas densos e espaciais.
A banda 'Aeromoças e Tenistas Russas' é mais um expoente do cenário da música
instrumental autoral brasileira. Eles fazem um som espacial e
experimental cheio de nuances e sofisticações melódicas.
Formada por Juliano
Parreira no baixo, Gustavo Palma nos sinths e samples, Eduardo Porto
na bateria e Gustavo Koshikumo na guitarra – eles são um quarteto
que forma uma parede sonora de texturas e pedradas na orelha.
O terceiro álbum da
'ATR', que é a forma de abreviar o extenso nome da banda, foi
produzido por Zé Vito e Marcos Scian e tem ainda as participações
de Donatinho nos synths e rhodes, Pedro Selector no trompete e
Rodrigo La Rosa nas percussões.
O conceito do álbum é
permeado por viagens temporais, pela evolução e por avanços
tecnológicos. 'Positrônico' dá o nome ao disco e foi baseado no
cérebro dos robôs autômatos das novelas espaciais de Isaac Asimov.
Com clima futurístico
a banda apresenta um álbum coeso, mas cheio de experimentações
sonoras. Ao vivo a banda se apresenta com projeções especiais
feitas pela VJ Ya B. Dealer. “A idéia do show do 'Positrônico' é
trabalhar mais a luz do palco, de acordo com o conceito do disco e a
intenção de cada som”, revela o bateirista Eduardo Porto.
O álbum da banda 'ATR'
é uma pedrada sonora cheia de referências ao cenário de ficção
científica, que vão desde a menção do ano '2036', a personagem de
'Star Trek' 'Uhura' e ao 'Nautilus' que é o nome do submarino do
Capitão Nemo da obra de Julio Verne. Imperdível!
O 'Supercordas' dá
continuidade ao universo bucólico rural através do futuro utópico
de grandes possibilidades da 'Terceira Terra'.
' Terceira Terra' é o
nome do terceiro álbum do 'Supercordas'. Foi precedido por uma longa
estrada iniciada com os EPs 'A Pior das Alergias' e 'Satélite no
Bar' – de 2003 e 2005 respectivamente – e depois pelos álbuns
que sempre seguiram uma linha narrativa entre si.
A banda é formada
atualmente por Bonifrate, Valentino, Giraknob e Gabriel Ares, mas
todos eles já participaram desta saga psicodélica iniciada com os
'Seres Verdes ao Redor' em 2006, seguida por 'A Mágida Deriva dos
Elefantes' de 2012 e encerrada agora com a 'Terceira Terra'. O fato é
que os três álbuns seguem uma linha de eventos que fazem deles o
início, o meio e o fim.
Enquanto o primeiro
disco descrevia o universo em que vivemos pelo rural bucólico – ou
como o “sertão”, numa analogia direta com 'Os Sertões' de
Euclides da Cunha – o segundo viajava pelo percurso e trazia certa
urbanidade – ou mencionava o “homem”, usando a mesma analogia.
A 'Terceira Terra' é a
luta – um disco que preconiza um mito do universo Guarani, que
fala de um mundo dividido entre outros mundos, o primeiro sendo dos
Deuses, o segundo a Lama dos homens e o terceiro aquele almejado
pelas pessoas – o paraíso.
A volta às origens que
há tanto tempo está na mente dos homens – bem lá no tempo em que
os índios dominavam a terra. Pois é essa a verdadeira Terra a que
se refere o título do álbum. Neste caso, o fim precede a aurora. A
'Terceira Terra' representa a união entre o rural e o urbano e a
aceitação dos dois ambientes como partes fundamentais e
complementares do homem e ao homem.
Enfim, um disco novo do
'Supercordas' é um convite a uma viagem interdimensional daquelas
que você segue flutuando num universo psicodélico habitado por
'Sapos Alguimicos', 'Anões da Vila do Magma', 'Substâncias
Cósmicas' no 'País das Libélulas'. Imperdível!
A cantora paulitana
Juçara Marçal se une ao experimentalismo de Cadu Tenório, Kiko
Dinucci e Thomas Harres.
Como se não bastasse
ter apresentado o melhor álbum do ano, 'Encarnado', a cantora Juçara Marçal lançou junto com a banda 'Metá Metá', o EP com duas faixas
inéditas e uma regravação da banda punk de São Paulo, 'As
Mercenárias'.
Com o guitarrista Kiko
Dinucci, que é parceiro da cantora na banda 'Metá Metá, Juçara
lançou o álbum 'Abismu', também com a participação do bateirista
Thomas Harres. Esse disco é recheado de experimentalismos e ruídos
perturbantes.
Já com o produtor
musical e músico experimental carioca, Cadu Tenório, a cantora
lançou o álbum 'Anganga', no qual os dois apresentam
reinterpretações contemporâneas de cânticos recolhidos por Aires
da Mata Machado Filho, de São João da Chapada, Diamantina (MG).
Além de também mostrarem cantos do congado mineiro.
'Anganga' quer dizer
“reverência aos mais velhos”. Os 'Cantos' presentes no álbum
foram gravados no álbum 'Canto dos Escravos' de Clementina de Jesus,
Geraldo Filme e Tia Doca da Portela.
'Anganga' é um álbum
mais melódico que o petardo 'Abismu' – mas ambos mostram a
versatilidade da cantora Juçara Marçal que com três lançamentos
se firma com uma das maiores vozes da atualidade.
Cantor paulista emerge
na cena musical com personalidade e apresenta o legítimo balanço do
samba-rock.
Liniker Barros
despontou no cenário musical como uma voz em um milhão – através
dos videos gravados em 2013 onde ele aparece cantando em parceria com
Lara de Oliveira em 'Crazy for you' de Adele, Murilo Moretti com '93 million miles' de Jason Mraz e cantando solo em '93 million miles' de
Alicia Keys – há também o clipe para a canção 'Pra ela', que
parece ter sido o marco na trajetória do cantor.
Pois foi após essa
canção autoral que nasceu o projeto onde Liniker incorporou de
verdade o personagem protagonista de suas próprias canções. Surgia
assim o Liniker arrasador que gravou o recente EP 'Cru' – de forma
colaborativa, com grandes profissionais do cenário de Araraquara, no
interior do estado de São Paulo.
E assim.... A olhos
vistos... Liniker maturou a figura arrasadora que se apresentou
“mitando” e “lacrando” o cenário musical brasileiro com todo
o suíngue malemolente que emana das canções 'Louise du Brésil', 'Caeu' e 'Zero' – ouça também a versão acústica - todas presentes no EP 'Cru'.
Liniker cantou, mas
quem tocou foi Willian Zaharanszki na guitarra, Márcio Bortoloti no
trompete e trombone, Paulo Costa no baixo, Rafael Barone no baixo e
guitarra, Guilherme Cardoso na bateria e nos backing vocals Barbara
Rosa, Ekena Monteiro e Renata Santos. Já quem fez produção e
captação dos vídeos foi Leila Penteado, Nivaldo Dakuzaku, Paulo
Delfini e Breno Rodrigues de Paula – com captação do áudio e
edição de André Guines, da gravadora GomaInc SP.
Mas como bem diz na
entrada do site – podemos esperar um novo álbum para um futuro
próximo, mas com esse delicioso aperitivo – segue uma conversa com
o próprio Liniker....
Como foi o seu começo
na música?
Eu comecei por uma
grande influência familiar. Os meus tios são músicos, e sempre
tocavam samba em casa. Eu acordava e já estava rolando a cantoria,
então isso me deu um gás pra querer trabalhar com música. Minha
mãe me apresentou todos os clássicos da black music que ela curtia
e o samba rock, que é uma paixão dela, e agora minha, e eu fui
sentindo o quanto essas referências me instigavam e faziam sentido
pra mim. Então não teve como fugir, a música me pegou de jeito e
está sendo muito generosa comigo. A primeira vez que eu cantei, eu
estava na sexta série, e ter cantado ali, me levou para um outro
lugar. Era amor mesmo.
Você se apresentava
como Liniker Barros e em um dado momento deixou o Barros de lado e
passou a assinar apenas Liniker.... Porque deu-se essa mudança?
Eu não deixei o Barros
(risos), Liniker sempre esteve ai. Mas agora, com o passar dos anos
e das experiências, eu percebo que ele chega mais evidente e à
vontade. Eu venho me permitindo desconstruir e construir o tempo,
então é como se agora eu entendesse coisas em mim e no meu
trabalho, que eu não tinha dimensão ainda, por uma questão de
maturidade. Tem muita coisa pra ser revista e experimentada, mas acho
que à partir do momento que eu me permiti ser quem eu queria ser, o
meu trabalho ganhou uma outra potência. Eu estou vestido daquele
jeito no vídeo, porque é como eu sou e me sinto tranquilo no meu
dia-a-dia. Eu precisava ser inteiro para o meu trabalho chegar como
eu acredito, nas pessoas. Meu nome também vem por influência de um
tio. Ele gostava de um jogador de futebol inglês, e queria que minha
mãe colocasse o nome dele em mim. Acho que com isso, ele gostaria
que eu fosse jogador também, mas a música me pegou de jeito e cá
estou eu (risos).
De onde surgiram essas
canções?
Eu comecei a compor com
16 anos, e gostava de escrever sobre tudo, principalmente sobre os
meus amores (muitas vezes platônicos) e sobre essas várias formas
de amor que a gente sempre vive, e não tem como escapar. Eu sempre
fui de escrever cartas pras pessoas, mas nunca entregava. Então
encontrei na música uma liberdade pra expressar o que eu sentia, e
ainda assim, usar isso como meu trabalho. Acredito ser a forma mais
natural de mostrar quem eu sou e o que eu sinto.
Quais foram tuas
principais influências? O que você anda ouvindo no iphone? Ipod,
player etc.
Eu sou tarado em todas
as coletâneas da Etta James, amo a Nina Simone, o 'Clube do
Balanço', a Aretha Franklin, Bebeto, Cartola, Caetano, Gal Costa,
Gilberto Gil. Eu gosto muito da nossa música, ouço muita música de
raiz africana também. Ultimamente eu tenho ouvido os àlbuns do
'Aláfia', o 'EP' bafo da Tássia Reis , a linda da Dona Onete, o
'Dancê' da Tulipa Ruiz.
O quanto do ator existe
no cantor? Ou é vice-versa?
Eu acho que os dois tem
caminhado muito juntos. Ser musico me ajuda na sensibilidade para
criar enquanto ator, e ser ator me ajuda a entender o que eu estou
passando enquanto intérprete. Eu não tenho diferenciado mais. Tenho
aceitado que as duas coisas juntas são ótimas e tenho seguido
assim.
Essa é a banda que vai
atuar ao vivo?
Sim! Essa é a banda
que estará nos shows ao vivo. Quem assume a bateria do projeto nessa
nova fase de circulação, é Péricles Zuanon, músico araraquarense
também. O nome da banda é 'Caramelow's'. Vai ser um groovão ao
vivo e a cores. Liniker e os 'Caramelow's' botando esse “Brésil”
pra swingar gostoso (risos).
Quanto aos downloads
gratuitos?
Eu acho que
disponibilizar o download gratuito é importante para a nossa
circulação e aproximação com o público. Torna o nosso trabalho
mais acessível e direto, e chega mais fácil nas pessoas que irão
nos ouvir.
Cantor e compositor
Rômulo Fróes retoma o nascimento da canção com a simplicidade de
voz e violão.
Quem acompanha os
lançamentos do cantor e compositor Rômulo Fróes, percebe que sua
busca pelos samba-canções pode ter chegado ao fim, com o encontro
sublime da voz com o violão.
Com disco inspirado nas
vozes femininas que já interpretaram canções do compositor, ele
sugere uma homenagem a todas mulheres que entoaram suas tortas
letras. Entre elas estão nomes como Elza Soares, que gravou 'Comigo'
e 'A mulher do fim do mundo' no álbum de mesmo nome; Mariana Aydar
com 'Porto', 'Nada disso é pra você' que a cantora gravou nos
álbuns mais recentes da carreira, respectivamente.
Além de Juçara Marçal
com 'Queimando a língua' e 'Presente de casamento' que apareceram no
álbum 'Encarnado' – sem falar de outros nomes como Nina Becker com
'Flor vermelha', Manuela Rodrigues com 'Uma outra qualquer por ai',
Juliana Perdigão com 'Cidade baixa' e Natália Matos com 'Um amor de
morrer'.
De forma simples e
eficiente, Rômulo apresenta nova versão da própria canção –
sempre ecoando a interpretação da cantora original. Incrível como
cada obra original permeia todas canções.
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