9.06.2015

ZÉ VITO E SEU BELO BOLERO DELIRANTE

Zé Vito apresenta novo álbum de canções populares em diversos ritmos como rock, reggae, blues, bolero e até modão caipira.  


Zé Vito é Vitinho e é também conhecido por Victor Gottardi, e entre tantos personagens segue diferenciando o Victor do Zé Vito. Esse último é o cantor e compositor, enquanto o Vitinho segue como o guitarrista requisitado em diversos projetos. 

Guitarrista da banda 'Abayomy Afrobeat Orquestra', ele também participa da 'Let`s Play That', que toca com Jards Macalé e acompanha ao vivo gente como CéU, Alvinho Lancellotti e até a fase solo do companheiro de bandas, Leandro Joaquim.

Com uma gravação rápida e instantânea, Zé Vito, apresenta seu novo álbum, 'Pode Ser', ligeiramente diferente do anterior, 'Já Carregou' de 2014. O fato é que o disco anterior refletia um período de composição de alguns anos atrás e este novo álbum apresenta canções compostas recentemente.

A banda que gravou o disco é formada pelo próprio Zé Vito nas guitarras e vocais, e com Thomas Harres na bateria, Pedro Dantas no baixo, Pedro Costa na guitarra e Donatinho nos synths. O disco trás algumas participações como Jayme Monsanto no baixo em algumas faixas e Maurício Calmon na bateria em outras – mas também com Rodrigo Pacato na percussão e o naipe de metais encabeçado por Leandro Joaquim no trompete, Marco Serra Grande no trombone e Thiago Queiroz no saxofone barítono na canção 'Um, dois ou três' – um bolero sentido e caliente.

Neste álbum, Zé Vito trás duas participações vocais como Otto, que canta e ajudou a criar a letra da canção que intitula o disco, 'Pode ser', e Duda Brack na canção 'Nova rota' – ambas são blues e rock, respectivamente. Destaque também para o reggae meio-dub e meio-ska de 'Não te interessa'.

O disco 'Pode Ser' está recheado de pérolas pop-rock, como em 'Salvação', 'Discreto' e 'Ex'. Mas também há espaço para algumas baladas como em 'Pode ir' e 'Pensa em outra'.

Com produção do próprio Zé Vito, exceto na última faixa 'Raio gourmet', uma moda caipira moderna bem humorada que brinca com a onda toda de food-trucks e varandas gourmets – produzida em parceria com Gustavo Benjão, que também participa da canção – composta na parceria que permeia todo álbum, entre Zé Vito e seu letrista Matheus Silva, que também é o responsável pela capa.

Zé Vito também acabou de produzir o novo álbum da banda 'Aeromoças e Tenistas Russas', no qual ele alega ter “uma onda progressiva espacial que não da pra explicar”. E como está difícil acompanhá-lo com toda essa correria, toda essa entrevista abaixo foi pinçada entre diversas mídias, desde e-talks, e-mails, e-zaps e esse-eme-esses.

Com este álbum, Zé Vito apresenta um apanhado de canções preocupadas com a realidade atual e segue descortinando a linha evolutiva de seu próprio cancioneiro.


Olá Zé Vito... Como você consegue conciliar a vida em várias bandas, carreira solo etc?

Salve Brunão! Vou organizando a agenda conforme as coisa vão acontecendo.
Atualmente estou tocando com o Macalé e com a CéU, ambos estão lançando CD e DVD ao vivo.
Toco também no show do Leandro Joaquim, as vezes com o Alvinho Lancellotti... Tem bastante coisa rolando.
Tem a 'Abayomy' que está prestes a lançar o segundo disco, e por aí vai. Eu provavelmente vou focar mais nos show do 'Pode Ser' no ano que vem. Esse ano não vou ter tempo de fazer muita coisa com ele.

Faz tempo que você já está tocando com o Jards, né?

Desde 2012. Ele é um dos caras mais figuras que eu já conheci, cada segundo com ele é uma história nova.
Uma vez a gente tocou em São Paulo com ele e a CéU participou cantando 'Movimento dos barcos', só eles dois, foi massa.

E porque não rolou uma participação do Macalé, no álbum 'Pode Ser'?

Cara, ia rolar, mas eu estava com os prazos muito apertados e não queria fazer nada correndo com ele. Ele tem o tempo dele e tal, aí deixei rolar. Mas vou gravar alguma coisa com ele ainda, sem dúvida.


Neste disco, você chegou no estúdio com tudo pronto. Da mesma forma que o disco anterior... Porque este ficou tão diferente?

Cara, esse disco foi um tanto diferente. O 'Já Carregou' é um apanhado de composições que eu tinha, e algumas que foram feitas durante o processo. Gravei em estúdios diferentes e em tempos diferentes, o que tira um pouco a unidade do disco.
O 'Pode Ser' é um disco muito fresco. Eu resolvi fazer um disco, fui lá e fiz 10 canções de uma vez, nove delas em parceria com Matheus Silva, amigo com quem eu componho ha quase 10 anos.
Eu achava que tinha que extrair o máximo de mim possível, para o disco ter muito a minha cara, então montei os instrumentos na sala da minha casa e gravei as 10 músicas sozinho, baixo, bateria, guitarras e vozes.
Depois que cheguei a conclusão do que eu queria sobre os arranjos, eu marquei as datas no estúdio do Maurício Calmon, que toca comigo nos shows, na 'Abayomy' e era o batera do 'Sobrado 112'.
Marquei quatro dias de gravações e escolhi dois times, um com o Thomas Harres na batera e o Pedro Dantas no baixo, e outro com o próprio Maurício na batera e o Jayme Monsanto no baixo.
Thomas e Pedro são a cozinha da Abayomy, Macalé, e inúmeros outros projetos, tem uma liga muito forte, e o Maurício e Jayme são minha cozinha nos shows, tem uma química muito boa e uma sonoridade própria.
As guitarras ficaram a cargo meu e do Pedro Costa, que toca também no disco do Alvinho Lancellotti. Donatinho colocou os Synths no estúdio dele, o Synth Love.
Foi tudo feito em quatro dias e os arranjos ja estavam bem definidos por mim, por isso o disco tem essa unidade.

Tudo aconteceu rápido demais, né? Gravou ontem e já lançou hoje...

E o Martin Scian, que mixou e masterizou também é um foguete, fez tudo em 15 dias.
Já estávamos com a data da mix marcada, e eu tive que correr com a gravação para que os prazos funcionassem.
Sobre lançar, eu cheguei a conclusão que não adiantava segurar o disco pro ano que vem ou ficar criando expectativa nas pessoas. Ora, eu não sou um artista famoso, não tenho milhões de seguidores, e acho que as pessoas não estão esperando meu disco, então, achei melhor solta-lo logo e foda-se tudo, o que importa pra mim é o trabalho estar na rua, as pessoas podendo ouvir e etc.
Eu faço meus discos pra mim e pra quem curte meu som, então é isso.


Como foi que você chegou nas participações especiais?

Cara, eu sou muito fá do Otto. Acho ele um puta poeta, compõe muito bem, é um canal muito espontâneo. Adoro os discos dele, a sonoridade, enfim...
Através da 'Abayomy' eu conheci ele, tocamos juntos várias vezes, nos shows da 'Abayomy' que ele participou, e algumas vezes no Macalé. Também fizemos um show dele no Vidigal, com a cozinha da 'Abayomy', foi muito massa. Tocamos só as das antigas.
Ai sempre falava pra ele: "mano, vou gravar meu disco e quero que vc participe etc” e ele falava, “vamo Vito, vamo Vito”.
Pois é, eu cheguei na casa dele com a música pronta, e deixei o espaço dele em branco, botei o microfone e ele saiu metralhando. Em uma hora tinha a parte dele pronta.
O Otto é um cara gente fina, gosto dele, foi parceiro.
Sobre a Duda. Ea é foda cara! Um vulcão! Ela vai explodir... Canta muito, tem um timbre muito bonito, e é viceral, rockenroll, autêntica
A gente se conheceu através do Bruno Giorgi, que mixou o 'Já Carregou'. Ela estava gravando o disco dela. Mandei até umas músicas pra ver se ela curtia e gravava, mas nem rolou
A gente se falou varias vezes, mas só foi se conhecer no dia da “gravina”, acredita? Foi massa porque já saímos gravando...


Qual vai ser a banda ao vivo?

Minha banda no palco é: Maurício Calmon na bateria, Jayme Monsanto no baixo, Donatinho nos teclados, Pedro Costa na guitarra.
Isso não muda, é uma formação rockenroll, sem percussão nem metais. É claro que todos nós temos outros muitos trabalhos, e as vezes acontece de um não conseguir tocar aquele show e etc, e aí a gente dá um jeito.

Quais são os planos, agora que o disco está na internet?

Cara, eu tinha necessidade de fazer o disco. Eeu não curto ficar muito tempo parado nas coisas e como não sou conhecido, acho que o 'Já Carregou' andou até onde ele podia sozinho. Não tinha mais porque eu ficar esperando pra fazer outro...
Algumas pessoas me disseram que achavam melhor eu lançar ano que vem etc, mas bicho, não faz diferença soltar agora ou depois. A única diferença era pra mim, que ia ficar com um disco seis meses na gaveta.
Quando lançasse ele ia estar velho pra mim. Sou independente, não dependo de ninguém.
Eu quero tocar, mas esse ano está difícil. Ja estou com muita coisa pra fazer com outros projetos. Acho que ano que vem vou me organizar melhor e é bom porque o disco tem o tempo dele de chegar nas pessoas.
O que eu mais quero agora é que as pessoas escutem. Só isso...

2015 Pode Ser

1. Salvação
2. Discreto
3. Ex
4. Não te interessa
5. Pode ir
6. Nova rota (ft. Duda Brack)
7. Pode ser (ft. Otto)
8. Um dois ou três
9. Pensar em outra
10. Raio gourmet (ft. Gustavo Benjão)

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