Zé Vito apresenta novo
álbum de canções populares em diversos ritmos como rock, reggae,
blues, bolero e até modão caipira.
Zé Vito é Vitinho e é
também conhecido por Victor Gottardi, e entre tantos personagens
segue diferenciando o Victor do Zé Vito. Esse último é o cantor e
compositor, enquanto o Vitinho segue como o guitarrista requisitado
em diversos projetos.
Guitarrista da banda
'Abayomy Afrobeat Orquestra', ele também participa da 'Let`s Play
That', que toca com Jards Macalé e acompanha ao vivo gente como CéU,
Alvinho Lancellotti e até a fase solo do companheiro de bandas,
Leandro Joaquim.
Com uma gravação
rápida e instantânea, Zé Vito, apresenta seu novo álbum, 'Pode Ser', ligeiramente diferente do anterior, 'Já Carregou' de 2014. O
fato é que o disco anterior refletia um período de composição de
alguns anos atrás e este novo álbum apresenta canções compostas
recentemente.
A banda que gravou o
disco é formada pelo próprio Zé Vito nas guitarras e vocais, e com
Thomas Harres na bateria, Pedro Dantas no baixo, Pedro Costa na
guitarra e Donatinho nos synths. O disco trás algumas
participações como Jayme Monsanto no baixo em algumas faixas e
Maurício Calmon na bateria em outras – mas também com Rodrigo
Pacato na percussão e o naipe de metais encabeçado por Leandro
Joaquim no trompete, Marco Serra Grande no trombone e Thiago Queiroz
no saxofone barítono na canção 'Um, dois ou três' – um bolero sentido e caliente.
Neste álbum, Zé Vito
trás duas participações vocais como Otto, que canta e ajudou a
criar a letra da canção que intitula o disco, 'Pode ser', e Duda
Brack na canção 'Nova rota' – ambas são blues e rock,
respectivamente. Destaque também para o reggae meio-dub e meio-ska
de 'Não te interessa'.
O disco 'Pode Ser' está
recheado de pérolas pop-rock, como em 'Salvação', 'Discreto' e
'Ex'. Mas também há espaço para algumas baladas como em 'Pode ir'
e 'Pensa em outra'.
Com produção do
próprio Zé Vito, exceto na última faixa 'Raio gourmet', uma moda
caipira moderna bem humorada que brinca com a onda toda de
food-trucks e varandas gourmets – produzida em parceria com Gustavo
Benjão, que também participa da canção – composta na parceria
que permeia todo álbum, entre Zé Vito e seu letrista Matheus Silva,
que também é o responsável pela capa.
Zé Vito também
acabou de produzir o novo álbum da banda 'Aeromoças e Tenistas
Russas', no qual ele alega ter “uma onda progressiva espacial que
não da pra explicar”. E como está difícil acompanhá-lo com toda
essa correria, toda essa entrevista abaixo foi pinçada entre
diversas mídias, desde e-talks, e-mails, e-zaps e esse-eme-esses.
Com este álbum, Zé Vito apresenta um apanhado de canções preocupadas com a realidade
atual e segue descortinando a linha evolutiva de seu próprio
cancioneiro.
Olá Zé Vito... Como você consegue
conciliar a vida em várias bandas, carreira solo etc?
Salve Brunão! Vou organizando a
agenda conforme as coisa vão acontecendo.
Atualmente estou
tocando com o Macalé e com a CéU, ambos estão lançando CD e DVD
ao vivo.
Toco também no show do
Leandro Joaquim, as vezes com o Alvinho Lancellotti... Tem bastante
coisa rolando.
Tem a 'Abayomy' que
está prestes a lançar o segundo disco, e por aí vai. Eu provavelmente vou
focar mais nos show do 'Pode Ser' no ano que vem. Esse ano não vou ter
tempo de fazer muita coisa com ele.
Faz tempo que você já
está tocando com o Jards, né?
Desde 2012. Ele é um
dos caras mais figuras que eu já conheci, cada segundo com ele é
uma história nova.
Uma vez a gente tocou
em São Paulo com ele e a CéU participou cantando 'Movimento dos
barcos', só eles dois, foi massa.
E porque não rolou uma
participação do Macalé, no álbum 'Pode Ser'?
Cara, ia rolar, mas eu
estava com os prazos muito apertados e não queria fazer nada
correndo com ele. Ele tem o tempo dele e tal, aí deixei rolar. Mas
vou gravar alguma coisa com ele ainda, sem dúvida.
Neste disco, você
chegou no estúdio com tudo pronto. Da mesma forma que o disco
anterior... Porque este ficou tão diferente?
Cara, esse disco foi um
tanto diferente. O 'Já Carregou' é um apanhado de composições que
eu tinha, e algumas que foram feitas durante o processo. Gravei em
estúdios diferentes e em tempos diferentes, o que tira um pouco a
unidade do disco.
O 'Pode Ser' é um
disco muito fresco. Eu resolvi fazer um disco, fui lá e fiz 10
canções de uma vez, nove delas em parceria com Matheus Silva, amigo
com quem eu componho ha quase 10 anos.
Eu achava que tinha que
extrair o máximo de mim possível, para o disco ter muito a minha
cara, então montei os instrumentos na sala da minha casa e gravei as
10 músicas sozinho, baixo, bateria, guitarras e vozes.
Depois que cheguei a
conclusão do que eu queria sobre os arranjos, eu marquei as datas no
estúdio do Maurício Calmon, que toca comigo nos shows, na 'Abayomy'
e era o batera do 'Sobrado 112'.
Marquei quatro dias de
gravações e escolhi dois times, um com o Thomas Harres na batera e
o Pedro Dantas no baixo, e outro com o próprio Maurício na batera e
o Jayme Monsanto no baixo.
Thomas e Pedro são a
cozinha da Abayomy, Macalé, e inúmeros outros projetos, tem uma
liga muito forte, e o Maurício e Jayme são minha cozinha nos shows,
tem uma química muito boa e uma sonoridade própria.
As guitarras ficaram a
cargo meu e do Pedro Costa, que toca também no disco do Alvinho
Lancellotti. Donatinho colocou os Synths no estúdio dele, o Synth
Love.
Foi tudo feito em
quatro dias e os arranjos ja estavam bem definidos por mim, por isso
o disco tem essa unidade.
Tudo aconteceu rápido
demais, né? Gravou ontem e já lançou hoje...
E o Martin Scian, que
mixou e masterizou também é um foguete, fez tudo em 15 dias.
Já estávamos com a
data da mix marcada, e eu tive que correr com a gravação para que
os prazos funcionassem.
Sobre lançar, eu
cheguei a conclusão que não adiantava segurar o disco pro ano que
vem ou ficar criando expectativa nas pessoas. Ora, eu não sou um
artista famoso, não tenho milhões de seguidores, e acho que as
pessoas não estão esperando meu disco, então, achei melhor
solta-lo logo e foda-se tudo, o que importa pra mim é o trabalho
estar na rua, as pessoas podendo ouvir e etc.
Eu faço meus discos
pra mim e pra quem curte meu som, então é isso.
Como foi que você
chegou nas participações especiais?
Cara, eu sou muito fá
do Otto. Acho ele um puta poeta, compõe muito bem, é um canal muito
espontâneo. Adoro os discos dele, a sonoridade, enfim...
Através da 'Abayomy'
eu conheci ele, tocamos juntos várias vezes, nos shows da 'Abayomy'
que ele participou, e algumas vezes no Macalé. Também fizemos um
show dele no Vidigal, com a cozinha da 'Abayomy', foi muito massa.
Tocamos só as das antigas.
Ai sempre falava pra
ele: "mano, vou gravar meu disco e quero que vc participe etc”
e ele falava, “vamo Vito, vamo Vito”.
Pois é, eu cheguei na
casa dele com a música pronta, e deixei o espaço dele em branco,
botei o microfone e ele saiu metralhando. Em uma hora tinha a parte
dele pronta.
O Otto é um cara gente
fina, gosto dele, foi parceiro.
Sobre a Duda. Ea é
foda cara! Um vulcão! Ela vai explodir... Canta muito, tem um timbre
muito bonito, e é viceral, rockenroll, autêntica
A gente se conheceu
através do Bruno Giorgi, que mixou o 'Já Carregou'. Ela estava
gravando o disco dela. Mandei até umas músicas pra ver se ela
curtia e gravava, mas nem rolou
A gente se falou varias
vezes, mas só foi se conhecer no dia da “gravina”, acredita? Foi
massa porque já saímos gravando...
Qual vai ser a banda ao
vivo?
Minha banda no palco é:
Maurício Calmon na bateria, Jayme Monsanto no baixo, Donatinho nos
teclados, Pedro Costa na guitarra.
Isso não muda, é uma
formação rockenroll, sem percussão nem metais. É claro que todos
nós temos outros muitos trabalhos, e as vezes acontece de um não
conseguir tocar aquele show e etc, e aí a gente dá um jeito.
Quais são os planos,
agora que o disco está na internet?
Cara, eu tinha
necessidade de fazer o disco. Eeu não curto ficar muito tempo parado
nas coisas e como não sou conhecido, acho que o 'Já Carregou' andou
até onde ele podia sozinho. Não tinha mais porque eu ficar
esperando pra fazer outro...
Algumas pessoas me
disseram que achavam melhor eu lançar ano que vem etc, mas bicho,
não faz diferença soltar agora ou depois. A única diferença era
pra mim, que ia ficar com um disco seis meses na gaveta.
Quando lançasse ele ia
estar velho pra mim. Sou independente, não dependo de ninguém.
Eu quero tocar, mas
esse ano está difícil. Ja estou com muita coisa pra fazer com
outros projetos. Acho que ano que vem vou me organizar melhor e é
bom porque o disco tem o tempo dele de chegar nas pessoas.
O que eu mais quero
agora é que as pessoas escutem. Só isso...
2015 Pode Ser
1. Salvação
2. Discreto
3. Ex
4. Não te interessa
5. Pode ir
6. Nova rota (ft. Duda
Brack)
7. Pode ser (ft. Otto)
8. Um dois ou três
9. Pensar em outra
10. Raio gourmet (ft.
Gustavo Benjão)
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