Fazia tempo que Hiromi Uehara não tocava acompanhada de um trio clássico de jazz. Talvez tenha sido a experiência com Stanley Clarke, no ano passado, que a tenha reapoximado deste formato, piano baixo e bateria.
Para este disco ela convidou o baixista Anthony Jackson – ele já tocou com Chick Corea e Steely Dan – e o bateirista Simon Phillips – que já tocou com David Gilmour e Jack Bruce – e chamou de ‘The Trio Project’.
Com essa formação ela gravou o ‘Voice’ – mais um maravilhoso adendo à sua discografia. “Quando toco música, eu percebo que isso realmente filtra as emoções”, comenta Hiromi. “Eu chamei esse album de ‘Voice’ (voz em ingles) porque eu acredito que as vozes das pessoas são expressadas pelas emoções. Não é aquilo que você fala. Mas aquilo que tem no coração. Talvez alguma coisa ainda a ser dita. Quem sabe nunca diga. Mas é sua verdadeira voz”.
O disco tem nove faixas e como sempre é o melhor álbum da carreira dessa japonesa que toca piano como homem. Quero dizer apenas, que ela tem uma pegada forte nas teclas, que parece um ser-masculino-bruto-forte-e-dominante. Ela realmente domina todas as faixas, até mesmo quando faz participação em disco dos outros – como foi o caso com Stanley Clarke, em ‘Jazz in the Garden’ – ela arrepia e rouba totalmente a cena.
O disco começa com ‘Voice’, onde o trio clássico de jazz mostra toda potência na bateria de Phillips e no baixo de Jackson, mas é no piano de Hiromi que a porca torce o rabo, com perdão do ‘trocadaleo’. Na faixa seguinte, ‘Flashback’, você pode sentir toda a pressão do bumbo de Phillips, um complemento perfeito para as estripulias de Hiromi. Esse novo trio é clássico demais.
‘Now or never’ tem até um certo eco dos sintetizadores de ‘Kung-fu world champion'. Em ‘Temptation’, Hiromi convida o ouvinte a decidir se “é doce ou amarga, essa tentação?”. ‘Labyrinth’ dá grande destaque às cordas de Jackson, que forma um belo dueto com as teclas de Hiromi. Que sufoco é tentar acompanhar essa garota. Jackson no baixo e Phillips na bateria formam um belo trio com Hiromi.
‘Desire’ e ‘Desolution’ quase se complementam de tão em sincronia no trabalho de Hiromi. Destaque para o baixo e bateria envolventes. Entre as duas faixas está a canção de piano solo, ‘Haze’, em que Hiromi mostra uma delicadeza impar, de arrepiar, mas sem deixar de embasbacar o ouvinte com seus improvisos que parecem te levar n’algum lugar, para em seguida lhe puxar o tapete e dar um nó na cabeça...
O disco encerra com a ‘Sonata nº 8’ de Beethoven, completamente irreconhecível como muito bem faz Hiromi – a versão de ‘Caravan’ dela é a versão mais rockenrou que já ouvi – com ela a canção de Beethoven ganhou contornos de um blues irresistível.
A idéia desse petardo era mesmo expressar emoções humanas sem o auxílio de letra alguma. Hiromi não precisa falar nada para hipnotizar – ela só precisa tocar piano e improvisar...
2011 Voice (with The Trio Project)
1. Voice
2. Flashback
3. Now or never
4. Temptation
5. Labyrinth
6. Desire
7. Haze
8. Delusion
9. Beethoven’s piano sonata no. 8 (Pathetique)
Para este disco ela convidou o baixista Anthony Jackson – ele já tocou com Chick Corea e Steely Dan – e o bateirista Simon Phillips – que já tocou com David Gilmour e Jack Bruce – e chamou de ‘The Trio Project’.
Com essa formação ela gravou o ‘Voice’ – mais um maravilhoso adendo à sua discografia. “Quando toco música, eu percebo que isso realmente filtra as emoções”, comenta Hiromi. “Eu chamei esse album de ‘Voice’ (voz em ingles) porque eu acredito que as vozes das pessoas são expressadas pelas emoções. Não é aquilo que você fala. Mas aquilo que tem no coração. Talvez alguma coisa ainda a ser dita. Quem sabe nunca diga. Mas é sua verdadeira voz”.
O disco tem nove faixas e como sempre é o melhor álbum da carreira dessa japonesa que toca piano como homem. Quero dizer apenas, que ela tem uma pegada forte nas teclas, que parece um ser-masculino-bruto-forte-e-dominante. Ela realmente domina todas as faixas, até mesmo quando faz participação em disco dos outros – como foi o caso com Stanley Clarke, em ‘Jazz in the Garden’ – ela arrepia e rouba totalmente a cena.
O disco começa com ‘Voice’, onde o trio clássico de jazz mostra toda potência na bateria de Phillips e no baixo de Jackson, mas é no piano de Hiromi que a porca torce o rabo, com perdão do ‘trocadaleo’. Na faixa seguinte, ‘Flashback’, você pode sentir toda a pressão do bumbo de Phillips, um complemento perfeito para as estripulias de Hiromi. Esse novo trio é clássico demais.
‘Now or never’ tem até um certo eco dos sintetizadores de ‘Kung-fu world champion'. Em ‘Temptation’, Hiromi convida o ouvinte a decidir se “é doce ou amarga, essa tentação?”. ‘Labyrinth’ dá grande destaque às cordas de Jackson, que forma um belo dueto com as teclas de Hiromi. Que sufoco é tentar acompanhar essa garota. Jackson no baixo e Phillips na bateria formam um belo trio com Hiromi.
‘Desire’ e ‘Desolution’ quase se complementam de tão em sincronia no trabalho de Hiromi. Destaque para o baixo e bateria envolventes. Entre as duas faixas está a canção de piano solo, ‘Haze’, em que Hiromi mostra uma delicadeza impar, de arrepiar, mas sem deixar de embasbacar o ouvinte com seus improvisos que parecem te levar n’algum lugar, para em seguida lhe puxar o tapete e dar um nó na cabeça...
O disco encerra com a ‘Sonata nº 8’ de Beethoven, completamente irreconhecível como muito bem faz Hiromi – a versão de ‘Caravan’ dela é a versão mais rockenrou que já ouvi – com ela a canção de Beethoven ganhou contornos de um blues irresistível.
A idéia desse petardo era mesmo expressar emoções humanas sem o auxílio de letra alguma. Hiromi não precisa falar nada para hipnotizar – ela só precisa tocar piano e improvisar...
2011 Voice (with The Trio Project)
1. Voice
2. Flashback
3. Now or never
4. Temptation
5. Labyrinth
6. Desire
7. Haze
8. Delusion
9. Beethoven’s piano sonata no. 8 (Pathetique)
4 comentários:
Belo disco mesmo! Cheio de energia, e boas surpresas. Eu que não conhecia a menina, fiquei bem bem curioso quanto aos outros discos dela, se forem tão interessantes quanto este, sem dúvidas uma artista pra ser acompanhada sempre!
Ótimo álbum! Desta moça não dá pra esperar menos e ela tá uma graça na capa. :-)
Fiquei positivamente surpreso, excelentes composições.
eu que não conhecia me senti tentada a baixar para descobrir o que seria tocar piano como um homem... não sabia que o sexo influênciava até nisto...
mas adorei o trabalho desta moça!
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