Clay Ross nasceu na Carolina do Sul nos Estados Unidos, começou a tocar guitarra muito cedo aos 10 anos, mas era o heavy metal que o interessava nessa época. Foi na faculdade que se aproximou do jazz, mesmo assim acabou formado em composição clássica. “O jazz, definitivamente, é o centro da minha musicalidade. Para mim, a palavra jazz está viva, muda o tempo todo”, define Ross.
Em 2002, após chegar em Nova Iorque, Ross começou a tocar com músicos que possuíam influência latina e conheceu o tango, música afro-cubana e o chorinho brasileiro. “Me apaixonei pelo chorinho brasileiro, que acabei conhecendo o Scott Kettner, que tem as bandas ‘Nation Beat’ e ‘Maracatu New York’. O que me levou a conhecer também o Cyro Batista”, declara. Batista é um percussionista brasileiro, radicado nos Estados Unidos, que já tocou com gente como Herbie Hancock, David Byrne, Yo-Yo Ma, Paul Simon, entre outros.
A vontade de conhecer mais sobre a música brasileira crescia e levou Ross visitar o país. “Eu vim no Brasil em 2005, para divulgar meu segundo álbum, o ‘The Radom Puller’, e aproveitei muitas rodas de choro no Rio. Também fui no carnaval em Recife tocar com o ‘Nation Beat’ no Festival Porto Musical”, afirma. “Tocar no Brasil, no carnaval de Recife, foi uma das mais incríveis experiências da minha vida. Era um sentimento de todos participando juntos numa única celebração”.
O disco ‘Matuto’ começou a tomar forma nos meses em que Ross aproveitou a agenda de show e conheceu muito da cultura do país. “Eu estive em Recife nos três últimos carnavais, ficando cerca de seis meses em cada vez. Aqui em Nova Iorque existe uma comunidade de ótimos músicos, mas nada se compara a conhecer a música na sua origem”. Com o álbum, recém-lançado, Ross criou uma mistura entre o velho-oeste norte-americano e sertão brasileiro, sem parecer artificial, como bem reconhece Hugo Montarroyos no ‘Recife Rock’. Com isso, Ross criou o que chama carinhosamente de 'bluegrass brasileiro', em referência ao gênero tradicional norte-americano misturado com os ritmos nordestinos.
Por isso procurei o Clay Ross – pelo MySpace claro – com a intenção de fazer o que seria a primeira entrevista internacional deste blogui. Também perguntei se poderia disponibilizar o disco para download. “Adoraria responder à entrevista e colaborar com o que for necessário para promover minha música no Brasil”, completa Ross. Após essa afirmação, que mais parece uma intimação, enviei um e-mail para ele com algumas questões e ponto final.
Que sons você anda escutando?
Hoje em dia estou escutando muitos sons que encontro durante minhas turnês. Neste verão eu toquei em vários festivais na América do Norte e na Europa e escutei muitas bandas diferentes, de que gostei muito. Na cena norte-americana de música de raiz conheci uma banda chamada Kruger Brothers, que tem um tocador de banjo que é incrível. Em Sines, Portugal, eu toquei no FMM, o festival de música do mundo, e foi maravilhoso. Um dos grupos que curti muito foi o 'Alamaailman Varasat' da Finlândia. Eles são uma banda de heavy metal muito maluca que usa violoncelos e sopros com distorções interessantes. Além disso, também estou ouvindo muito os artistas contemporâneos.
Como você vê o mercado musical atualmente?
Eu acho que vivemos atualmente num tempo muito excitante em relação à tecnologia e disseminação da propriedade intelectual. Eu mesmo nunca estive no meio musical tempo suficiente para ter experimentado a venda massiva dos discos e seus lucros exorbitantes. A realidade atual é muito mais modesta que isso, para o artista contemporâneo. Minha escolha óbvia é ser otimista com essa situação. Nós estamos, atualmente, lançando meu álbum naquele sistema de “pague quanto quiser” (que o Radiohead utilizou para vendar o disco ‘In Rainbows’) pelo download. Também estamos oferecendo diferentes formatos de CDs físicos, incluindo CDs autografados entre outras opções de compra para os interessados, aqui ou aqui.
Ultimamente, o mercado musical não tem funcionado. Os artistas estão sendo forçados a encontrar novos meios de ganhar dinheiro com seu produto. Eu vejo o meu disco como uma ferramenta promocional para meus concertos e tudo aquilo que posso oferecer com minha performance ao vivo. Quero que meus álbuns sejam apreciados, mas sou um artista que gosta de estar em turnês. Por isso acredito que se as pessoas gostam do disco, vão querer ver o show ao vivo. O mundo sempre vai precisar de músicos que criem canções, o resto é apenas detalhe.
Tem planos de voltar a tocar no Brasil?
Estou torcendo retornar para o Brasil em 2010. E por favor me avise se puder (ou puderem) ajudar a promover algumas novas oportunidades de tocar no país, pois adoro o Brasil.
Obrigado de novo,
Clay Ross
Eu que agradeço, e também ao 'colega' Victor de Almeida, d'O Jornal', pelas aspas... Segue o disco para apreciação. Ouçam também no player ao lado, na Rádio EuOvo.
2009 Matuto
1. Recife
2. What a day
3. Remember Calabash
4. Banks of the Ohio
5. Zydaco mondo
6. Church street blues
7. Maria's lullaby
8. Home sweet home
9. John the revelator
10. Dream of life
11. Feel like a song (feat. Cyro Baptista)
Abaixar
Em 2002, após chegar em Nova Iorque, Ross começou a tocar com músicos que possuíam influência latina e conheceu o tango, música afro-cubana e o chorinho brasileiro. “Me apaixonei pelo chorinho brasileiro, que acabei conhecendo o Scott Kettner, que tem as bandas ‘Nation Beat’ e ‘Maracatu New York’. O que me levou a conhecer também o Cyro Batista”, declara. Batista é um percussionista brasileiro, radicado nos Estados Unidos, que já tocou com gente como Herbie Hancock, David Byrne, Yo-Yo Ma, Paul Simon, entre outros.
A vontade de conhecer mais sobre a música brasileira crescia e levou Ross visitar o país. “Eu vim no Brasil em 2005, para divulgar meu segundo álbum, o ‘The Radom Puller’, e aproveitei muitas rodas de choro no Rio. Também fui no carnaval em Recife tocar com o ‘Nation Beat’ no Festival Porto Musical”, afirma. “Tocar no Brasil, no carnaval de Recife, foi uma das mais incríveis experiências da minha vida. Era um sentimento de todos participando juntos numa única celebração”.
O disco ‘Matuto’ começou a tomar forma nos meses em que Ross aproveitou a agenda de show e conheceu muito da cultura do país. “Eu estive em Recife nos três últimos carnavais, ficando cerca de seis meses em cada vez. Aqui em Nova Iorque existe uma comunidade de ótimos músicos, mas nada se compara a conhecer a música na sua origem”. Com o álbum, recém-lançado, Ross criou uma mistura entre o velho-oeste norte-americano e sertão brasileiro, sem parecer artificial, como bem reconhece Hugo Montarroyos no ‘Recife Rock’. Com isso, Ross criou o que chama carinhosamente de 'bluegrass brasileiro', em referência ao gênero tradicional norte-americano misturado com os ritmos nordestinos.
Por isso procurei o Clay Ross – pelo MySpace claro – com a intenção de fazer o que seria a primeira entrevista internacional deste blogui. Também perguntei se poderia disponibilizar o disco para download. “Adoraria responder à entrevista e colaborar com o que for necessário para promover minha música no Brasil”, completa Ross. Após essa afirmação, que mais parece uma intimação, enviei um e-mail para ele com algumas questões e ponto final.
Que sons você anda escutando?
Hoje em dia estou escutando muitos sons que encontro durante minhas turnês. Neste verão eu toquei em vários festivais na América do Norte e na Europa e escutei muitas bandas diferentes, de que gostei muito. Na cena norte-americana de música de raiz conheci uma banda chamada Kruger Brothers, que tem um tocador de banjo que é incrível. Em Sines, Portugal, eu toquei no FMM, o festival de música do mundo, e foi maravilhoso. Um dos grupos que curti muito foi o 'Alamaailman Varasat' da Finlândia. Eles são uma banda de heavy metal muito maluca que usa violoncelos e sopros com distorções interessantes. Além disso, também estou ouvindo muito os artistas contemporâneos.
Como você vê o mercado musical atualmente?
Eu acho que vivemos atualmente num tempo muito excitante em relação à tecnologia e disseminação da propriedade intelectual. Eu mesmo nunca estive no meio musical tempo suficiente para ter experimentado a venda massiva dos discos e seus lucros exorbitantes. A realidade atual é muito mais modesta que isso, para o artista contemporâneo. Minha escolha óbvia é ser otimista com essa situação. Nós estamos, atualmente, lançando meu álbum naquele sistema de “pague quanto quiser” (que o Radiohead utilizou para vendar o disco ‘In Rainbows’) pelo download. Também estamos oferecendo diferentes formatos de CDs físicos, incluindo CDs autografados entre outras opções de compra para os interessados, aqui ou aqui.
Ultimamente, o mercado musical não tem funcionado. Os artistas estão sendo forçados a encontrar novos meios de ganhar dinheiro com seu produto. Eu vejo o meu disco como uma ferramenta promocional para meus concertos e tudo aquilo que posso oferecer com minha performance ao vivo. Quero que meus álbuns sejam apreciados, mas sou um artista que gosta de estar em turnês. Por isso acredito que se as pessoas gostam do disco, vão querer ver o show ao vivo. O mundo sempre vai precisar de músicos que criem canções, o resto é apenas detalhe.
Tem planos de voltar a tocar no Brasil?
Estou torcendo retornar para o Brasil em 2010. E por favor me avise se puder (ou puderem) ajudar a promover algumas novas oportunidades de tocar no país, pois adoro o Brasil.
Obrigado de novo,
Clay Ross
Eu que agradeço, e também ao 'colega' Victor de Almeida, d'O Jornal', pelas aspas... Segue o disco para apreciação. Ouçam também no player ao lado, na Rádio EuOvo.
2009 Matuto
1. Recife
2. What a day
3. Remember Calabash
4. Banks of the Ohio
5. Zydaco mondo
6. Church street blues
7. Maria's lullaby
8. Home sweet home
9. John the revelator
10. Dream of life
11. Feel like a song (feat. Cyro Baptista)
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7 comentários:
Passei a tarrafa nesse aí, Brunão.
[]ões
E volto pra opinar: que disquim bão da porra esse do gringo matuto, hein!? Não é Skol mas desce redondinho, no maior bom gosto.
[]ões
Rapaz, como recifense fiquei até meio inchado de orgulho aqui, hehe.
E claro que já tô baixando...
Será que já tem venda desse por aqui? Procurei no Submarino rapidinho e não achei.
Muito legal a entrevista e o disco.
Parabéns!
Abs.
Renato
Tbm optei de 1ª por esse aqui. E nem teve "mamãe mandou".
E isso ai galera.
Valeu EdSom... E o Som é bão mesmo!
Valeu Renato e Sergio também (tenho certeza de que vais gostar).
fedayin - procura com o próprio Clay Ross, os discos pra comprar...
Estão na entrevista nos links onde ele fala do disco, "aqui e aqui".
Você pode comprar até autografado...
abs
Baixei mais ainda não escutei,mas já passei pro pen drive pra escutar no carro...
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