3.29.2009

ORIGINAL OLINDA STYLE [REPOSTAGEM ATUALIZADA]

Não sou muito fã das respostagens, mas diante da véspera de um show da banda Eddie nesta segunda-feira, em Brasília, vamos ler o que o Fábio Trummer tem a dizer sobre o recém-lançado disco 'Carnaval no Inferno'. Também vamos ouvir - que na minha humilde opinião - foi o melhor lançamento de 2009. Com vocês, Eddie e seu 'Carnaval no Inferno', mas fiquem também com os outros discos da discografia dessa banda pernambucana.

Eu Ovo: Vocês lançaram duas músicas naquela coletânia 'Brasil Compacto'. 'Falta do sol' e 'Quando a maré encher'. Porque demoraram tanto tempo pra lançar o primeiro disco?

Fábio Trummer: O Brasil compacto foi nosso primeiro registro em CD, na época a ‘Rock it’, selo que lançou o CD não quis contratar a banda e dai fomos atrás de gravadora até que rolou a ‘Roadrunner’ com quem gravamos o ‘Sonic Mambo’, nosso primeiro trabalho lançado oficialmente, dois anos depois do ‘Brasil Compacto’ em 98.

EO: Porque vocês lançaram 'Falta do sol' apenas no disco 'Original Olinda Style', de 2003? Quase 10 anos depois...

FT: Quando gravamos o ‘Sonic Mambo’ não queríamos regravar as musicas do ‘Brasil Compacto’, no ‘Original Olinda Style’ gravamos ‘Falta de sol’ por ter muito haver com o assunto titulo do CD que era Olinda.

EO: Porque vocês demoraram mais ainda para gravar 'Quando a maré encher'?

FT: ‘Quando a maré encher’ nos gravamos no ‘Metropolitano’ pra aproveitar o gancho da mídia, por ter sido gravada por Cássia Eller e Nação Zumbi, e tem até banda de axé que canta essa música. Sabíamos que seria uma maneira que iriam usar pra mapear o que era o Eddie, como de fato aconteceu, 90% das matérias sobre o ‘Metropolitano’ falaram disto e ganhamos algum destaque em algumas publicações por conta do fato. Adoro a versão da Nação Zumbi. A nossa versão é igual a de quando compomos a musica lá pelos anos 94/93 época das demos que gravamos, foram duas K7s diferentes naqueles tempos.

EO: Suas canções ficam muito diferentes na voz de outros interpretes. Como é o caso de 'Quando a maré encher' e até 'Ontem eu sambei' na voz do Wado. O que você acha disso?

FT: Verdade. As nossas músicas ficam diferentes com outras pessoas, acho que é por que usamos um sistema de acordes e harmonias que não é convencional. Não seguimos algumas regras da música acadêmica e isso faz com que tenhamos uma sonoridade própria, difícil de fazer igual.
EO: Considerando que o período entre um disco e outro da banda diminuiu... Podemos esperar um novo disco do Eddie para 2010?

FT: Não sei bem o que vai acontecer com o Eddie, quais serão nossas agendas, quero dar atenção ao exterior novamente. Já que este ano paramos pra gravar, quero fazer um trabalho meu também e gravar um trabalho interpretando frevos com o Eddie, mas devemos ter coisas novas no máximo em 2010.

EO: Qual é a formação atual da banda? Porque a formação original já era, né?

FT: A formação atual é a seguinte; Rob e Kiko Meira, baixo e bateria (entraram na banda em 2000), Alexandre Urêa na percursão (2002), Andret no teclado e trompete (2004). A formação original da banda se desfez, pois éramos estudantes e algumas pessoas não assumiram a música como profissão e seguiram carreiras acadêmicas etc. Outros não tinham disciplina para o trabalho, outros desistiram de tocar os instrumentos que tocavam na banda, outros ainda por diferenças musicais, mas algumas são parceiras até hoje, como a Karina Buhr que canta no ‘Carnaval no Inferno’ e ‘Original Olinda Style’ e Erasto Vasconcelos, Roger Mam e Berna Vieira que produziram comigo parte do ‘Metropolitano’ e ‘Carnaval no Inferno’.

EO: Você acredita que a divulgação na internet (download gratuito) ajuda o artista, muito mais que atrapalha... Como você lida com isso? Acha importante essa movimentação de bloguis, torrents, p2p etc?

FT: Acho super importante, as pessoas só têm um ângulo de visão do “mercado da musica" que é através das gravadoras e que até ficam cegas pra ver a música que não faz parte desta indústria no Brasil e fora. Eu particularmente acho que a musica tem que andar por ai, e quanto mais maneiras de espalhar melhor. Enquanto a venda de CDs, que é importante pra gente, ela continua. Quanto mais gente conhece o nosso som, mais CDs e SMDs são vendidos.
EO: Como foi a produção desse disco? Quem participou do disco? Em que canções?

FT: Este foi o trabalho que mais me envolvi, e sempre estive a frente das gravações e gerenciamentos dos nossos CDs, mais este até na parte das composições foi mais solitário, tivemos algumas participações, Junio Barreto (‘Quase não sobra nada’), Erasto Vasconcelos (‘Metrodux’ e ‘O baile Betinha’), João Carlos (fez os violoncelos do CD), Curumim (bateria em ‘Bairro Novo’ e ‘Gafieira no Avenida’), Karina Buhr (‘Bairro Novo’, ‘O baile Betinha’, ‘Eu tô cansado dessa merda’). Mas a idéia era fazer com a banda mesmo, para preservar nossa energia ao vivo. Estamos numa boa fase com uma formação já há algum tempo tocando juntos. Fiz quase tudo, da parte burocrática, musical e financeira, gravamos tudo por nossa conta e sempre é bom saber de tudo que acontece pra musica chegar em formato CD nas lojas e nos ouvidos.

EO: ‘Carnaval no Inferno’? Não acha um nome muito forte e pessimista? Engraçado que há uma música no último disco do Nação Zumbi, onde o Du Peixe canta “Inferno” no refrão...

FT: Para um cristão pode parecer pessimista, o "inferno" do nome, mas ele é carregado de simbologia para o bem e para o mal. De certa forma algumas musicas do trabalho refletem uma realidade dura, outras sentimentos introspectivos, mas queríamos usar o contraditório, o “inferno” também pode ser entendido como na expressão "o show é infernal" ou "este samba é dos inferno".

EO: Quais são algumas influências que estão no disco novo?

FT: Academia da Berlinda, Beirut, Siba e Fuloresta do Samba, The Smiths, Canhoto da Paraiba e Cartola, Chavela Vargas, David Bowie... Estas são algumas coisas que andei ouvindo na época que estava gravando.
2008 Carnaval no Inferno

1. Bairro Novo/ Casa caiada
2. O baile Betinha
3. Quase não sobra nada
4. Carnaval no inferno
5. Metrodux
6. Nada de novo
7. Desequilibrio
8. Eu tô cansado dessa merda
9. Dessa vez foi demais

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2006 Metropolitano

1. Metropolitano
2. Maranguape
3. Fuleragem
4. As flores e as cores
5. Lealdade
6. Danada
7. P-nós 2
8. As lombrigas e os vermes
9. Probabilidade
10. Ontem eu sambei
11. Vida boa
12. As moscas bateram as asas
13. Quando a maré encher

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2003 Olinda Original Style

1. Eu sou Eddie
2. Sentado a beira do rio
3. Peixinhos
4. Pode me chamar
5. O amargo
6. O céu
7. Radistae (Instrumental)
8. Urubu garibu cachorro e gente
9. Não vou embora
10. Olinda cidade eterna
11. Eu Iá
12. Futebol e mulher
13. Falta de sol
14. Guia de Olinda
15. Urubu garibu cachorro e gente (Remix Berna Vieira)
16. Guia de Olinda (Remix Bomsucesso Samba Clube)

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1998 Sonic Mambo

1. Videogamesongs
2. Pedra
3. Buraco de bala
4. Sonic mambo
5. O dia passa
6. Festejem
7. Os pés à jato
8. Eu só poderia crer
9. Coqueiros
10. Olhando os dentes
11. Artú
12. Ontem eu sambei
13. Sofistic balacobaco

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1995 Brasil Compacto

1. Falta do sol
2. Quando a maré encher

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5 comentários:

Vitor Barbosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vitor Barbosa disse...

Olá, Eu Ovo.
Não sabia que você mora aqui em brasília também!
Se nada der errado - o dia será corrido - estarei lá no show.

Abraços

Sergio disse...

Panhei tudo, Bruno. Valeu!, meu bom.

Sergio disse...

Ps.: cara, se tu ainda não provou do James Carter lá no sônico, tá danu mole, hein? Tou ouvindo a obra do cara. O cara é o Jimi Hendrix dos sopros, com a vantagem q Carter não opera bem só o instrumento titular q é o saxofone. O cara manda bem nas 11, pacero! É imperdível! Último aviso q eu sei q se não pegastes foi por distração ou falta de tempo.
Um abraço!

lucas disse...

post mttttt fodaaaaa
só existe isso nesse site aqui :D
perfeito...
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