O cantor, compositor e
guitarrista Dillo Daraújo apresenta seu disco mais pop, recheado de
diversas referências culturais.
Dillo Daraújo fez um álbum rico e singelo que fala de novelas mas também faz uma crítica voraz às redes sociais. Pra quem não tinha perfil no twitter, Dillo mostra-se ainda mais mordaz que no disco anterior. Mas também sobraram crônicas sobre a vida a dois, sobre estilos musicais e até relações profissionais.
Nesse disco, Dillo vira
o personagem que intitula o álbum, mas que surgiu antes lá no
'Jacaretaguá' de 2012. Onde esse mesmo personagem mergulhou nos
temas propostos lá naquele período e que se repetem evoluídos
neste novo petardo.
Se em 2012 você ouvia
'Plano marmita', agora em 2016 temos 'Home sweet rua', que evolui nas
rimas ferozes de um robô efêmero lá da Guariroba. 'Sessão do
descarrego' continua em 'Jesus Krishna' com a pegada de hit garagem
com a “calça arrochadinha” e “topete de galinha” etc e tal.
Agora em 2016, Dillo
chega maduro e experiente e já com filha adolescente, pra quem ele
dedicou o sucesso de novela 'Mamãe mamãe', baseada em uma discussão
escolar sobre o futuro que é projetado a todas meninas de 13 anos em
diante. Com letra feminista Dillo abre o microfone para o próprio
feminismo interior.
O tempero latino
sensual sempre esteve presente na obra de Dillo e neste disco não
poderia ser diferente como a suave 'Dois a dois', a acelerada 'O som
do sal' e a poética 'Amor de ficar' onde o cantor cunha a expressão
de “rima de aspirina pro refrão” com sua verve poética cada vez
mais em evidência.
'Pena que se acaba'
trouxe a concretização de uma parceria bem sucedida com o Roberto
Frejat na guitarra, que até foi relatada em tom profético na canção
'Fica para o próximo disco', onde Dillo e o o guitarrista angolano
Nuno Mindelis apresentam diversas desilusões e desencontros
profissionais.
Em 'Só que não',
Dillo apresenta uma crítica social poderosa em duplo-sentido. Ao
usar a sigla SQN do mêmê 'Só que não' nas redes sociais e
intitular a canção que critica as redes sociais de 'Só que não';
ele cria um paradoxo interessante. Uma curiosidade, SQN também é um
endereço em Brasília... [os comentários estão abertos para outras
teorias interessantes].
'Tempo tido' abre o
disco com uma delicadeza que não tem precedente em qualquer outra
parte do álbum. Uma obra que reserva ao ouvinte o prazer de conhecer
diversas facetas do personagem Dillo, que vai desde o rock ao bolero
em questão de minutos... Vai lá então!
2016 Dillo
1. Tempo tido
2. Jesus Krishna
3. Mamãe mamãe
4. Amor de ficar
5. Só que não
6. Dor a dois
7. O som do sal
8. Fica para o próximo
disco
9. Home sweet rua
10. Pena que se acaba
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