O trio 'Instituto' vira
dupla com Rica Amabis e Tejo Damasceno – sem Daniel Ganjaman –
que seguem produzindo e apresentando uma coleção de bons sons com
inúmeras participações.
O 'Instituto' é um
coletivo, selo e grupo de produtores formado por Rica Amabis, Tejo
Damasceno e Daniel Ganjaman, que apresentaram uma alternativa de
produção para novos artistas da música brasileira.
Foram deles a produção
de alguns álbuns de estréia de jovens artistas que hoje são
clássicos no cenário musical brasileiro – como os primeiros
discos da banda 'Cidadão Instigado', do 'Mamelo Sound System',
'Bonsucesso Samba Clube', de projetos como 'Sonantes', '3 na Massa',
'Turbo Trio' e algumas trilhas sonoras como 'Amarelo Manga' de
Cláudio Assis e 'O Invasor' de Beto Brant, e muitos outros
lançamentos.
Como trio, o
'Instituto' lançou o álbum 'Coletânea Nacional', com inúmeras
participações de grandes nomes da música brasileira – que assim
como este novo lançamento, 'Violar', permeiam todas as canções. É
impossível descrever o novo álbum da dupla, agora apenas com Rica e
Tejo, sem falar das diversas participações especiais.
Abrindo com
'Polugravura', Tejo Damasceno se une ao peso de Dengue e Pupillo no
baixo e bateria, com a flauta hipnotizante de Thiago França, para
juntos criarem uma abertura com groove delicado e pulsante. A faixa
seguinte, 'Vai ser assim' trás Rica Amabis já apresentando no
início, a bateria volumosa de Tony Allen, para em seguida desvelar a
voz de Criolo – com participações ainda de Lanny Gordin, Junior
Areia, Axé, Gustavo da Lua, Fred 04 e Thiago França.
'Alto Zé do Pinho' é
uma homenagem da dupla a Chico Science, com participação especial
de ninguém menos que o rapper Sabotage – mas ainda com Otto e
Sombra – sem falar na instrumentação da banda 'Nação Zumbi'.
'Mais carne' trás três incríveis duplas; das cantoras Karol Conká
e Tulipa Ruiz nos vocais, dos produtores Mike Relm (nos scratches) e
Alexandre Brasa (que foi a terça parte do Mamelo Sound System –
nos teclados) e claro a dupla que forma o 'Instituto' nas
programações.
Em 'Na surdina', Rica
Amabis trás o belo dueto entre a voz de Jorge Dupeixe com o trompete
de Rob Mazurek – e ainda com as participações de Dengue e Luca
Reale. Já em 'Bossa Chinesa', Rica se une a Dengue e M. Takara para
apresentarem um interlúdio de influências chinesas – programações
e teclados, baixo e vibrafone, respectivamente.
'Pacto com o mato'
junta Rica com Gui Amabis, Curumin, Marcelo Cabral e Mike Relm. 'Tudo
que se move' trás de volta Tulipa Ruiz, Dengue, Lucio Maia e Gui
junto com Rica Amabis. 'Seco' trás a rinha entre o rapper gringo
Lyrics Born com o brasileiro B. Negão, com as vocalizações de Joyo
Velarde. A canção conta ainda com os sopros de Thiago França e o
baixo de Klaus Sena – tudo sob a supervisão de Rica e Tejo.
'Ossário' se volta ao
oriente ao unir com as programações e arranjos de Rica e Tejo à
guitarra de Fernando Catatau, baixo de Marcos Gerez e teclados de
Luca Reale. 'Isto é sangue' é a faixa “bom-filho-a-casa-torna”,
que conta com a participação de Daniel Ganjaman unido seu teclado
às programações de Tejo e Rica. Também tem a voz de Jorge Dupeixe
e a guitarra de Kiko Dinucci – que pode antecipar a próxima
faixa....
A banda 'Metá Metá'
faz sua aparição (e debut) num álbum do 'Instituto', com a canção
'Irôco' – que é um orixá muito antigo representando a própria
dimensão do tempo. Com a voz potente e incrível de Juçara Marçal,
o violão e guitarra rasgante de Kiko Dinucci, o saxofone viajante de
Thiago França, o baixo pontual de Klaus Sena e o solo de guitarra
“estupefaciante” de Guilherme Held – com programações de Tejo
Damasceno.
Encerrando o disco com
'Baía', a união do 'Instituto' com o baterista nigeriano Tony
Allen e com o saxofone, flauta e teclados de Thiago França – as
programações são novamente de Damasceno e com a percussão de
Maurício Alves.
Quase sem fôlego
encerro essas linhas sobre o novo disco do 'Instituto'. Vale a pena
baixar e ouvir em alto volume. Se tivesse que definir em apenas uma
palavra... Seria, “Incrível!”.
2015 Violar
1. Polugravura
2. Vai ser assim
3. Alto Zé do Pinho
4. Mais carne
5. Na surdina
6. Bossa chinesa
7. Pacto com o mato
8. Tudo que se move
9. Seco
10. Ossário
11. Isso é sangue
12. Irôco
13. Baía