O som do Douglas Germano pode ser considerado o novo samba de São Paulo, pós-Adoniran Barbosa ou a ressurreição do samba paulista, junto com Kiko Dinucci, que é parceiro de Germano nas composições, no Bando AfroMacarrônico e Duo Moviola.
Germano é um poeta urbano, que mantém a tradição das rodas de samba vivas e introduz a poesia da cidade. O disco abre com a faixa homônima, 'Orí', que significa "cabeça humana que compreende o conhecimento e o espírito" pela tradição dos orixás, e tem participação de Dulce Monteiro.
Atabaques, ferros, farols e xequerês são instrumentos que marcam e pontuam todo o disco, juntamente com violões de 6 ou de 7 cordas, pegos no antidopping ou não, e bandolins e cavaquinhos. Os parceiros foram Júlio César na percussão, João Marcondes, Júnior Pita e Guilherme Ramos nas cordas, Everaldo Efe Silva nos vocais e Zéphir, Berada e Ataliba batendo palmas.
'Obá Iná' é um belo canto para xangô, onde Germano comete a ousadia de questionar essa divindade do candomblé. Kiko Dinucci gravou essa mesma canção com Juçara Marçal e Thiago França, no disco 'Metá Metá'. A canção 'Damião' é uma bela crônica do cotidiano urbano, junto com 'Gota a gota', 'Seu Ferrera e o Parmera' e 'Falha humana'.
'Jaci e a maré cheia' é um belo canto em homenagem ao mar e ao amor. 'Cordel de Bananeira' tem participação especialíssima Seu Germano e Guilherme Azenha Germano, além do coro especial formado por Dulce, Mariana Laura e Tarsila, Efe Silva, Pita, Pedrosa, Ramos, Cuca e João Marcondes, que segundo Germano, foi responsável pelo disco inteiro.
2011 Orí
1. Orí
2. Espólio
3. Obá Iná
4. Damião
5. Gota a gota
6. Falha humana
7. Canção de desmeninar (canção para ninar fodido)
8. Jaci e a maré cheia
9. Seu Ferrera e o Parmera
10. Deixei meu coração na Vila
11. Cordel da Bananeira
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2 comentários:
Valeu, gente!
Muito obrigado pela gentileza e cuidados.
Abraço sincero,
A muito não ouvia um samba de verdade como esse. Parabens ao Douglas Germano.
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