A banda Supercordas já lançou dois discos, ‘A Pior das Alergias’ de 2003 e ‘Seres Verdes ao Redor’ de 2006. Eles também lançaram um EP, ‘Satélites no Bar’ de 2005 e o single 'Ruradélica' em 2006, que continha versões demos de músicas que saíram no último disco.
Quem quiser pegar os outros discos do Supercordas, pode ver aqui no blogui mesmo. E para baixar os projetos paralelos dos integrantes do Supercordas, veja lá no blogui (Mu)shroom Records. Lá você pode encontrar projetos solo do Bonifrate, que no Supercordas canta, toca guitarra e teclado, e do Filipe Giraknob que toca sintetizadores, programações, distorções, mas no seu trabalho solo ele orquestra passarinhos esquizofrênicos, ou não seriam espectros complexos....
Nessa semana saiu uma versão demo de uma música nova, que com certeza vai estar incluída no próximo disco da banda. A banda também está com o clipe de 'Ruradélica', já disponivel no youtube. Então o Bonifrate apareceu por aqui e falou sobre este e outros assuntos.
Eu Ovo: Muitos dizem que o ‘Seres Verdes ao Redor’ foi o ‘Revolver’ de vocês, numa analogia com os Beatles. Vocês estão preparando um ‘Sgt. Peppers’?
Bonifrate: Dizem mesmo? É possível. Mas acho que não. Nós vamos tentando deixar pra trás toda essa referência cronológica e beatlemaníaca que todas as bandas costumam ter, talvez nós tenhamos feito um ‘Revolver’ antes de fazer um ‘Help’, quem sabe? O próximo disco vai ser bem diferente do ‘Seres Verdes’, não aprofunda uma idéia já iniciada, vai em outra direção mesmo. Prefiro achar que o ‘Seres Verdes’ foi o nosso ‘Smiley Smile’ (disco de 1967 dos ‘Beach Boys’), e o próximo pode ser que seja o nosso ‘Odessey and Oracle’ (disco de 1968 dos ‘Zombies’).
EO: Como vai ser o novo disco? Porque a faixa que saiu do novo single está bem mais rock do que o resto do trabalho de vocês...
B: A versão de ‘Mágica’ que botamos no MySpace agora ainda é uma espécie de demo, mas já representa um pouco o caminho que vamos tomar. Realmente vai ser mais elétrico, tenso e esquizofrênico. Aquele clima monocromático do ‘Seres Verdes’ vai dar lugar a uma variedade mais colorida de canções que liricamente tratam dos temas mais diversos.
EO: Quando sai o novo disco? Vocês têm um deadline?
B: Ainda não. Estamos procurando meios de gravar. Achamos que ele precisa de uma produção mais refinada, então preferimos esperar por uma boa oportunidade de gravar num estúdio legal do que fazer em casa como fizemos os anteriores.
EO: E como surgiu o Supercordas?
B: Nos conhecemos puxando assunto uns com os outros, coincidentemente ou não, sempre por causa de camisetas do ‘Spiritualized’ ou do ‘Spacemen 3’. Eu e Valentino já fazíamos uns sons juntos quando morávamos em Parati, daí quando nos mudamos pro Rio vieram vindo os outros. Fazem só cinco anos, mas acho que era bem diferente naquela época. Não tinha essa infinidade de bandas e projetos, MySpace, essa coisa toda.
EO: Vocês se inspiraram na ‘teoria das supercordas’ para dar o nome a banda?
B: Sim. A teoria me pareceu uma boa fonte de batismo, tanto pela estética impecável que ela propõe (cordas unidimensionais que geram e sustentam toda a matéria do universo numa grande sinfonia), quanto pelo fator de dúvida que ela ainda traz. A Teoria das Supercordas é completamente incomprovável nos dias de hoje, e apesar de todo o embasamento teórico-matemático, pode ser tudo uma grande farsa. Pensando nisso, achei um bom nome pra uma banda.
EO: Me fale um pouco dos projetos paralelos? Dos integrantes da banda...
B: Antes da banda existir, eu gravei muitas coisas num porta-estúdio de fita. Primeiro com uma banda ultra-psicodélica chamada ‘Psylocibian Devils’, depois como Bonifrate mesmo e depois me juntei ao Valentino pra gravar como ‘Vitrola Photossintética’. Tudo isso nunca passou dos nossos porões musguentos e mofados até formarmos os ‘Supercordas’. No ano passado meu disco ‘Os Anões da Villa do Magma’ foi lançado pela Peligro e até tenho feito uns showzinhos por aí, com banda (Os Anões) ou só com o violão e o Giraknob nas ambientações. Falando no Giraknob, ele também faz os trabalhos eletroacústicos dele. Tem um disco lançado pela Fronha Records daqui do Rio e algumas faixas a serem lançadas.
Nosso mais novo integrante, o Digital Ameríndio, é baterista, mas também um baita de um compositor genial. Em breve vou postar uns discos dele no blog da Shroom Records.
O Kauê também faz canções, mas ainda não as lançou. Talvez alguma entre no próximo disco dos Supercordas.
EO: E quanto ao blogui? – (Mu)shroom Records – É um veiculo apenas para divulgar os singles ou projetos paralelos da banda? Existe retorno dos internautas? Porque é um texto muito bem escrito que descreve histórias engraçadas, como a da apresentação do Giraknob, que versava sobre os ‘passarinhos psicodélicos’ e ‘espectros complexos’.
B: É. Eu sempre gostei de publicar de alguma forma o que já gravei, e com essa onda de blogs me deu vontade de fazer um especial pra todos esses projetos, não só meus, mas do coletivo mais amplo. Eu gosto muito de escrever, então faço sempre uma resenha livre dos trabalhos. Até agora não tive grandes retornos não, só você e mais um punhado de gente que comentou alguma coisa. Também não tive tempo de fazer um grande esforço pra divulgar ainda. Essa entrevista já é uma mão na roda. Quem sabe agora começa a bombar?
EO: Download pela internet. Divulga ou prejudica o artista?
B: Divulga, definitivamente. É o que há, no momento. Se dependêssemos de discos físicos ainda estaríamos nos anos 90. É claro que adoraríamos ter um vinil lançado, por exemplo, mas o meio principal agora é a internet. Por isso, quem quer ganhar alguma grana com música gravada hoje em dia tem que ser muito esperto e criativo. Por um lado é bom, mas também obriga as bandas a se organizarem de acordo com uma lógica empresarial que eu abomino. Talvez por isso não estejamos ricos ainda.
2008 Mágica (Single)
1. Mágica
Baixe aqui pelo Eu Ovo
E tem mais. Há muito tempo baixei pelo ‘Soulseek’ uma pasta de um certo usuário ‘Supercuerda’. E não é que ele tinha uma pasta intitulada ‘Outtakes, demos, covers etc’... O conteúdo desse arquivo é o que o título sugere, ‘Outtakes, demos, covers etc’, mas você pode ouvir ali na rádio do blogui.
Quem quiser pegar os outros discos do Supercordas, pode ver aqui no blogui mesmo. E para baixar os projetos paralelos dos integrantes do Supercordas, veja lá no blogui (Mu)shroom Records. Lá você pode encontrar projetos solo do Bonifrate, que no Supercordas canta, toca guitarra e teclado, e do Filipe Giraknob que toca sintetizadores, programações, distorções, mas no seu trabalho solo ele orquestra passarinhos esquizofrênicos, ou não seriam espectros complexos....
Nessa semana saiu uma versão demo de uma música nova, que com certeza vai estar incluída no próximo disco da banda. A banda também está com o clipe de 'Ruradélica', já disponivel no youtube. Então o Bonifrate apareceu por aqui e falou sobre este e outros assuntos.
Eu Ovo: Muitos dizem que o ‘Seres Verdes ao Redor’ foi o ‘Revolver’ de vocês, numa analogia com os Beatles. Vocês estão preparando um ‘Sgt. Peppers’?
Bonifrate: Dizem mesmo? É possível. Mas acho que não. Nós vamos tentando deixar pra trás toda essa referência cronológica e beatlemaníaca que todas as bandas costumam ter, talvez nós tenhamos feito um ‘Revolver’ antes de fazer um ‘Help’, quem sabe? O próximo disco vai ser bem diferente do ‘Seres Verdes’, não aprofunda uma idéia já iniciada, vai em outra direção mesmo. Prefiro achar que o ‘Seres Verdes’ foi o nosso ‘Smiley Smile’ (disco de 1967 dos ‘Beach Boys’), e o próximo pode ser que seja o nosso ‘Odessey and Oracle’ (disco de 1968 dos ‘Zombies’).
EO: Como vai ser o novo disco? Porque a faixa que saiu do novo single está bem mais rock do que o resto do trabalho de vocês...
B: A versão de ‘Mágica’ que botamos no MySpace agora ainda é uma espécie de demo, mas já representa um pouco o caminho que vamos tomar. Realmente vai ser mais elétrico, tenso e esquizofrênico. Aquele clima monocromático do ‘Seres Verdes’ vai dar lugar a uma variedade mais colorida de canções que liricamente tratam dos temas mais diversos.
EO: Quando sai o novo disco? Vocês têm um deadline?
B: Ainda não. Estamos procurando meios de gravar. Achamos que ele precisa de uma produção mais refinada, então preferimos esperar por uma boa oportunidade de gravar num estúdio legal do que fazer em casa como fizemos os anteriores.
EO: E como surgiu o Supercordas?
B: Nos conhecemos puxando assunto uns com os outros, coincidentemente ou não, sempre por causa de camisetas do ‘Spiritualized’ ou do ‘Spacemen 3’. Eu e Valentino já fazíamos uns sons juntos quando morávamos em Parati, daí quando nos mudamos pro Rio vieram vindo os outros. Fazem só cinco anos, mas acho que era bem diferente naquela época. Não tinha essa infinidade de bandas e projetos, MySpace, essa coisa toda.
EO: Vocês se inspiraram na ‘teoria das supercordas’ para dar o nome a banda?
B: Sim. A teoria me pareceu uma boa fonte de batismo, tanto pela estética impecável que ela propõe (cordas unidimensionais que geram e sustentam toda a matéria do universo numa grande sinfonia), quanto pelo fator de dúvida que ela ainda traz. A Teoria das Supercordas é completamente incomprovável nos dias de hoje, e apesar de todo o embasamento teórico-matemático, pode ser tudo uma grande farsa. Pensando nisso, achei um bom nome pra uma banda.
EO: Me fale um pouco dos projetos paralelos? Dos integrantes da banda...
B: Antes da banda existir, eu gravei muitas coisas num porta-estúdio de fita. Primeiro com uma banda ultra-psicodélica chamada ‘Psylocibian Devils’, depois como Bonifrate mesmo e depois me juntei ao Valentino pra gravar como ‘Vitrola Photossintética’. Tudo isso nunca passou dos nossos porões musguentos e mofados até formarmos os ‘Supercordas’. No ano passado meu disco ‘Os Anões da Villa do Magma’ foi lançado pela Peligro e até tenho feito uns showzinhos por aí, com banda (Os Anões) ou só com o violão e o Giraknob nas ambientações. Falando no Giraknob, ele também faz os trabalhos eletroacústicos dele. Tem um disco lançado pela Fronha Records daqui do Rio e algumas faixas a serem lançadas.
Nosso mais novo integrante, o Digital Ameríndio, é baterista, mas também um baita de um compositor genial. Em breve vou postar uns discos dele no blog da Shroom Records.
O Kauê também faz canções, mas ainda não as lançou. Talvez alguma entre no próximo disco dos Supercordas.
EO: E quanto ao blogui? – (Mu)shroom Records – É um veiculo apenas para divulgar os singles ou projetos paralelos da banda? Existe retorno dos internautas? Porque é um texto muito bem escrito que descreve histórias engraçadas, como a da apresentação do Giraknob, que versava sobre os ‘passarinhos psicodélicos’ e ‘espectros complexos’.
B: É. Eu sempre gostei de publicar de alguma forma o que já gravei, e com essa onda de blogs me deu vontade de fazer um especial pra todos esses projetos, não só meus, mas do coletivo mais amplo. Eu gosto muito de escrever, então faço sempre uma resenha livre dos trabalhos. Até agora não tive grandes retornos não, só você e mais um punhado de gente que comentou alguma coisa. Também não tive tempo de fazer um grande esforço pra divulgar ainda. Essa entrevista já é uma mão na roda. Quem sabe agora começa a bombar?
EO: Download pela internet. Divulga ou prejudica o artista?
B: Divulga, definitivamente. É o que há, no momento. Se dependêssemos de discos físicos ainda estaríamos nos anos 90. É claro que adoraríamos ter um vinil lançado, por exemplo, mas o meio principal agora é a internet. Por isso, quem quer ganhar alguma grana com música gravada hoje em dia tem que ser muito esperto e criativo. Por um lado é bom, mas também obriga as bandas a se organizarem de acordo com uma lógica empresarial que eu abomino. Talvez por isso não estejamos ricos ainda.
2008 Mágica (Single)
1. Mágica
Baixe aqui pelo Eu Ovo
E tem mais. Há muito tempo baixei pelo ‘Soulseek’ uma pasta de um certo usuário ‘Supercuerda’. E não é que ele tinha uma pasta intitulada ‘Outtakes, demos, covers etc’... O conteúdo desse arquivo é o que o título sugere, ‘Outtakes, demos, covers etc’, mas você pode ouvir ali na rádio do blogui.
3 comentários:
Nem curto som de pássaros! Curto sons em freqüência altas e acho que eles cantam na mesma região, só isso... mas é assim, nem sempre estamos imitando a natureza.
Mas o som dos passarinhos esquiofrênicos tem só no disco ao vivo solo do Giraknob. Veja lá no (Mu)Shroom records que vc vai entender...
Mas mesmo vc não curtindo o som dos passarinhos - acho que vai gostar do som do Supercordas.
Baixa também o Seres Verdes ao Redor - que é o clássico deles.
Pode ouvir esse que não tem nenhuma música ruim no disco.
abraços
Pois é, Bruno. Eu tou meio chato com vc pq as últimas suas postagens não são os sons (estilos) que mais me apetecem. Mas, claro que não deixo de passar por aqui, até porque, faço da norma do meu mestre Herbie (Hancock) uma lição que tomo pra vida no mundo da música: "devemos ouvir sempre com encantamento". Ou seja, sem essa de "se não gostei, a princípio, não vou insistir".
Com Supercordas aconteceu assim: Veio super incensado pela crítica d'O Globo, aguçou muito a minha curiosidade e a expectativa se frustrou na 1ª ouvidela. C sabe, a gente baixa trocentos álbuns, tem uma fila pra ouvir, então, 'possa ser' q numa 2ª tentativa (q não fiz por falta de tempo) a coisa venha a agradar. Enfim, já tou baixando esse novo pra ouvir com encantamento. Aliás, no estilo folkíssimo dos caras, sem o encantamento de fazenda, amante da natureza e bom nem começar a tentar...
Agora, sem querer puxar sardinha pro meu prato e já puxando: p/vc que 'si amarra-se' numa quebradeira funksouljazzy tenho uma dica lá de casa q não podes deixar passar. O disco chama-se Russ Dewbury (A Night at the Jazz Rooms Disc.1 e 2). Vá e veja e ouça!
Abraços!
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