2.01.2015

A EXPECTATIVA DO FUTURO SOB A ÓTICA DO PASSADO

Diogo Strausz é a nova sensação do cenário musical do Rio de Janeiro, tendo produzido grandes álbuns no ano passado.  


Agora é a hora e a vez de Diogo Strausz. Seu álbum 'Spectrum Vol. 1' não podia ter chegado em hora mais oportuna. Elementos eletrônicos vêm surgindo aos poucos na música mundial, bem como também nos representantes da nova música brasileira.

Gente como Castello Branco e Alice Caymmi, que foram produzidos por ele nos excelentes álbuns de 2014, 'Serviço' e 'Rainha dos Raios', respectivamente. Nomes como Mahmundi, Kassin, João Capdeville, Jacob Perlmutter também já colaboraram com ele, entre muitos outros.

Com a nova tendência da estética vintage dos elementos eletrônicos, representada pelos sintetizadores e teclados cheios de efeitos, o novo álbum de Diogo Strausz acerta em cheio na pegada e groove ideais para transformar esse disco num obra artística de grande relevância.

Diogo Strausz é filho do Leno, parceiro da Lilian na época da Jovem Guarda e primeiro a gravar canções do maluco beleza Raul Seixas, em discos produzidos pelo próprio Raulzito – autor de álbuns clássicos como 'Vida e Obra de Johnny McCartney' e 'Meu nome é Gileno', e começou a carreira com a banda 'R.Sigma', mas foi com o trabalho autoral que agora desponta no cenário nacional.

Neste disco, Strausz apresenta dois anos de canções em 12 faixas surpreendentes. O álbum abre com 'Chibom', um cruzamento da surf music de acordes simples com a complexidade dos ritmos latinos como a eletro-cumbia.

Em seguida 'Narcissus', uma mistura grooveada de soul music com os sensacionais riffs de guitarra em referência ao tema de 'Shaft' com orquestra e elementos eletrônicos de dar inveja à dupla francesa 'Daft Punk' – com participação da dupla Keops e Raony da 'Medulla'.

'Não deixe de alimentar' trás as participações de Ledjane Motta e Maria Pia, em outro exemplar que representa a black music com o naipe de metais sobrepondo a firmeza do baixo mantendo toda a levada. 'Righ hand of love' oferece uma brecha para respiração do ouvinte, com participações de Jacob Perlmutter e Brent Arnold.

'FCK' trás Apollo nas pickups e eleva o suíngue com o groove das guitarras características de Nile Rodgers e arranjos estilosos como os de Giorgio Moroder. Já em 'Me ama' a parceria com Kassin apresenta um dos momentos mais contagiantes do álbum, como um verdadeiro carrossel de video-game melódico.

'Ítalo' é quase uma vinheta que apresenta o que vem pela frente a partir de então. Uma faixa instrumental que baixa o tom do álbum, mas não deixa de brincar com os elementos eletrônicos. 'Vovô' une o analógico com o digital, o tradicional com o moderno, rural e urbano, os tambores com os loops etc.

'Assombração' é um samba com a participação surpreendente de Danilo Caymmi, cantando e tocando flauta, num final clássico barroco. 'Se renda' é uma balada no melhor estilo de duetos de vozes como bem fazia o pai de Diogo, o Leno, da antiga dupla com a cantora Lilian.

'Vendetta' apresenta novamente a mistura do surf music com o clima dos faroestes italianos. Seguida pela épica e apoteótica 'Diamante' com a participação fenomenal de Alice Caymmi. Impossível não acreditar estar presenciando o surgimento de um grande artista e de um álbum incrível.

2015 Spectrum Vol. 1

1. Chibom
2. Narcissus
3. Não deixe de alimentar
4. Right hand of love
5. FCK
6. Me ama
7. Ítalo
8. Vovô
9. Assombração
10. Se renda
11. Vendetta
12. Diamante


Um comentário:

Guilherme disse...

Gostei! Abs. Guilherme.