6.30.2013

NA SOPA ENSOPADA EU VOLTO PRA CURTIR

Homenagem aos 70 anos de Jards Macalé, reune jovens artistas do cenário atual da música brasileira, em releituras inspiradas.


O tributo em homenagem aos 70 anos do cantor e compositor Jards Macalé, coincide com os recentes documentários sobre o astro: 'Jards' de Erik Rocha e 'Um morcego na porta principal' de Marco Abujamra e João Pimentel. Como um álbum digital, organizado por Márcio Bulk da 'Banda Desenhada', 'E volto pra Curtir' apresenta novos artistas e bandas de diversas regiões do país.

Como curador do projeto, Márcio Bulk decidiu regravar todo o disco de estréia, 'Jard Macalé' de 1972, com a inclusão de outro clássico de Macalé, 'Vapor barato', eternizado naquele mesmo ano por Gal Costa no álbum ao vivo 'Fa-Tal'.

O duo carioca 'Letuce', formado por Letícia Novaes e Lucas Vasconcelos, abre o álbum com 'Farinha do desprezo', seguido por 'Vaor barato' com a banda 'Garotas Suecas', também do Rio de Janeiro. Para logo na sequência, voltar a reproduzir a ordem do clássico de 72, com a baiana Márcia Castro recriando 'Revendo amigos (e volto pra curtir)'.

Os gaúchos do 'Apanhador Só' aparecem com 'Mal secreto', Arícia Mess com '78 rotações', Bruno Consentino nos vocais e Marcelo Campello na guitarra de 'Movimento dos barcos' e Filipe Catto com ' Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata', com Pipo Pegoraro no violão, baixo, bateria, guitarra, órgão e nas programações.

O trio paulistano 'Metá Metá', de Kiko Dinucci, Thiago França e Juçara Marçal, explode na versão de 'Let's play that', seguidos pelo rock melancólico de Rafel Castro para 'Farrapo humano', com vocais de Tulipa Ruiz. Ava Rocha mostra 'A Morte' e Leo Cavalcanti encerra o disco com 'Hotel das estrelas'.

Uma releitura à altura desta obra clássica da música brasileira. Uma homenagem justa e merecida à um dos mais importantes expoentes do cancioneiro popular, que comemora 70 anos de influências positivas na cena musical atual, sempre mantendo sua relevância musical, Jards Macalé.

2013 E Volto pra Curtir

1. Farinha do desprezo – Letuce
2. Vapor barato – Garotas Suecas
3. Revendo amigos (e volto pra curtir) – Márcia Castro
4. Mal secreto – Apanhador Só
5. 78 rotações – Arícia Mess
6. Movimento dos barcos – Bruno Consentino & Marcos Campello
7. Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata – Filipe Catto
8. Let's play that – Metá Metá
9. Farrapo humano – Rafael Castro
10. A Morte – Ava Rocha
11. Hotel das estrelas – Leo Cavalcanti

6.24.2013

A VIAGEM DE SEU PEREIRA COM O COLETIVO 401

Banda apresenta um recorte cotidiano da metrópole paraibana, João Pessoa, onde residem 'Seu Pereira e Coletivo 401'.


Jonathas Pereira Falcão é 'Seu Pereira e Coletivo 401' é também formado por Chico Correa na guitarra e flauta, Thiago Sombra no baixo e Victorama na bateria, além do próprio Jonathas no violão, voz e composições.

O álbum 'Seu Pereira e Coletivo 401' foi todo gravado em João Pessoa, com uma pegada samba-rock de sotaque paraibano. As letras de Jonathas representam uma radiografia poética do cotidiano brasileiro, com referências mil a temas do inconsciente urbano dos habitantes das cidades.

Num álbum onde residem homens-bomba, índios-caçadores, mingaus-viajadores, chevettes-no-prego, galinhas-cabidelas, 20-meninas e até os vira-latas-de-raça. Um disco que é um “bacanal antropofágico”, que se engole e se cuspe tudo ao mesmo tempo.

'Seu Pereira e Coletivo 401' tem produção e mixagem do próprio Chico Correa, além de participações especiais de Cassiano na percussão, Azeitona no trombone, Zázaro no trompete e Júnior Andrade nos teclados.

Destaque para canções como 'Clara herança' com Kiko Dinucci no violão e Russo Passapusso nos vocais, 'Rabissaca' com Brasilino no trombone e 'Já era' com Marcelo Macêdo no violão e guitarra.

As mil influências e referências trazem cumplicidade com a obra criada por Jonathas, criando uma ligação imediata e empatia automática com o discurso de 'Seu Pereira e Coletivo 401'.

2012 Seu Pereira e Coletivo 401

1. Papai e mamãe
2. No mato
3. É pouco
4. Martelada
5. Menina E.T.
6. Batalha diária
7. Já era
8. Rabissaca
9. Férias do guerrilheiro
10. Cabidela
11. Clara herança
12. Peri da Silva

6.16.2013

BA-BOOM É PAVIO ACESO QUE INCENDEIA

Ba-Boom é uma explosão de surpresa no cenário musical brasileiro, com sonoridade rica pelos ritmos jamaicanos. 


Ba-Boom é uma banda formada no ABC paulista, por Bruno Buia na voz e percussão, Allan Tijolin na guitarra e voz, Cassiano Ks na bateria, Raoni Gruber no baixo, Kiko Bonato no sax tenor, Bio Bonato no sax baritono, Victor Fão no trombone, Felippe Pipeta no trompete, Marcos Guarujá e Rafael Bira nas percussões e Caio Duarte nos teclados.

Difícil conciliar tantos interesses, entre 10 integrantes, mas essa galera encontrou a música jamaicana como ponto comum e de união entre si mesmos. Gravaram um disco muito bem produzido por Sérgio Sofiatti da 'Orquestra Brasileira de Música Jamaicana' e participação especial de André Abujanra, do 'Karnak' e 'Mulheres Negras'.

O disco abre com a pedrada, que intitula o álbum, 'Incendeia', um reggae meio ragga meio samba, seguido pelo ska 'Batalha'. 'Quem conta', 'Noite de reggae', 'Amizade prevalece' e 'Como tá Kalunga?' representam o reggae tradicional, enquanto 'Inna RC' e 'Mano sujou!' rementem ao ragga. A banda já fez até uma turnê na Jamaica, onde forma muito bem recebidos pelo público local.

'Canção guerreira' remete à verve pop do grupo e 'Toque de bamba' é pura experimentação com tambores de afoxé da música brasileira. A banda Ba-Boom foi uma grande surpresa do ano passado – tanto que fez parte da lista EuOvo dos melhores do ano – e merece ter o som mais apreciado por todos que são ávidos pela nova música brasileira.

2012 Incendeia

1. Incendeia
2. Batalha
3. Quem conta
4. Noite de reggae
5. Toque de Bamba
6. Amizade prevalece
7. Inna RC
8. Canção guerreira
9. Como tá Kalunga?
10. Mano sujou!

6.09.2013

ANGELA COITADINHA, RÔ, RÔ, BEM FEITO!

Homenagem a cantora Angela Rô Rô, valoriza as grandes composições desta intérprete autoral, na voz dos novos artistas da música brasileira.


“Coitadinha, Bem Feito” é um álbum tributo à compositora Angela Rô Rô produzido por Zé Pedro, com releituras de clássicos do repertório da cantora, feitas por cantores da cena musical atual.

Abrindo com o hit máximo da carreira desta artista, “Amor, meu grande amor”, na voz do cantor Lucas Santtana, que desconstruiu o belo blues com programações e samples pontuando a melodia executava em baixo, órgão e sintetizadores – todos executados por Santtana. A bela canção “Renúncia” tem Lirinha, Pupillo, Berna Ceppas, Igor Medeiros e Rodrigo Coelho.

Leo Cavalcanti apresenta uma versão singela de “Carne e case”, com o auxílio do violoncello de Bruno Serroni. Rômulo Fróes apresenta “Só nos resta viver” no violão, com Luca Raele no clarinete. “Mares de Espanha” foi interpretada por Thiago Pethit, com Pedro Penna, Camila Lordy, Anderson Ambrifi e Leonardo Rosa.

Tatá Aeroplano apresenta a “Balada da arrasada” com Junior Boca, Meno Del Picchia e João Leão. A canção que dá título ao álbum, “Coitadinha, bem feito”, chega na voz de Otto, com Pupillo na bateria, teclado e programações e Regis Damasceno no baixo e guitarra. Gui Amabis entrega “Abre o coração”, também com Damasceno.

“Gota de sangue” aparece pelas mãos do multi-instrumentista e responsável pelo padrão de qualidade do “CSS”, Adriano Cintra. Enquanto Pélico é o responsável pela releitura de “Não há cabeça”, com Jesus Sanchez, Tato Cunha e Bruno Bonaventure.

“Fogueira” tem Rodrigo Campos na guitarra e voz e também Rica Amabis e Alexandre Ribeiro. Kiko Dinucci apresenta “Tango da bronquite”, numa reconstrução em voz e violão, com os teclados de Zé Nigro. Rael da Rima vem com uma banda de responsa em “Perdoai-os, pai”, com Muka Brass, Rafael Costa, Bruno Marccuci e Bruno Dupré.

“Fraca e abusada” tem a voz de Gustavo Galo, com Pedro Gongon Manesco, Del Picchia e Zé Pi. A voz e violão de Dani Black aparecem em “Tola foi você”, seguida de “A mim e a mais ninguém” com Juliano Gauche, Gustavo Souza, Del Picchia, Gustavo Cabelo, Zé Pi e João Leão.

Encerrando com Helio Flanders cantando e tocando piano em “Me acalmo danando” com o violino de Fernanda Kostchak. Um tributo bem produzido e bem elaborado, com grandes canções da cantora Angela Rô Rô, que tem sido subestimada como compositora de sucessos.

2013 Coitadinha, Bem Feito

1. Amor, meu grande amor - Lucas Santtana
2. Renúncia - Lirinha
3. Came e case - Leo Cavalcanti
4. Só nos resta viver - Romulo Fróes
5. Mares da Espanha - Thiago Pethit
6. Balada da arrasada - Tatá Aeroplano
7. Coitadinha, bem feito - Otto
8. Abre o coração - Gui Amabis
9. Gota de sangue - Adriano Cintra
10. Não há cabeça - Pélico
11. Fogueira - Rodrigo Campos
12. Tango da bronquite - Kiko Dinucci
13. Perdoar-os, Pai - Rael
14. Fraca e abusada - Gustavo Galo
15. Tola foi você - Dani Black
16. A mim e a mais ninguém - Juliano Gauche
17. Me acalmo danando - Helio Flanders

6.02.2013

CATARINA, A MULHER CROMAQUI

'Mulher Cromaqui' é o nome do novo álbum da cantora recifense Catarina Dee Jah, no qual ela assume persona multifacetada.

Catarina Dee Jah começou como DJ, mas logo demonstrou irreverência suficiente para se transformar em cantora e compositora.

Com forte discurso, ela assume uma personagem voluptuosa, desbocada e punk-brega. 'Kay fora', 'Sarará' e 'Toca-te dentro' faziam parte do primeiro EP da cantora, e também foram incluídas neste álbum.

Catarina demonstra maturidade para falar de feminismo, comentar sobre relacionamentos e falar sobre sexo. Destaque para faixas como 'Mulher tiragosto', 'Hey mãe', 'Dára', 'Lá mi ré dó ré lá' e 'Vem que vem'.

A faixa 'Intercâmbio cultural' tem participação de Jr. Black e a versão cumbiada da canção virou 'Intercumbia' com participação da banda Academia da Berlinda. O disco 'Mulher cromaqui' é uma peça dançante, que mostra as crônicas cotidianas de uma cantora preocupada em ocupar espaço como mulher e artista.

Catarina é uma artista completa, boa compositora e presença de palco incontestável. Representante direta do movimento nacional das “vulvas em fúria”, ou seja, uma fêmea com “Fogo na Shanah”. 

Um disco imperdível na sua estante... Selvageria na sua orelha!

2013 Mulher Cromaqui

1. Kay fora
2. Sarará
3. Amufinada
4. Intercâmbio cultural
5. Lá mi ré dó ré lá
6. Hey mãe
7. Toca-te dentro
8. Vem que vem
9. Mulher tiragosto
10. Dára
11. Intercumbia
12. Raça desunida