A professora andou até a primeira fila de cadeiras de alunos e disse, “um, dois, três, Joãozinho venha ao ‘quatro’ negro?”. Joãozinho respondeu, “fessora ‘cinco’ muito, mas eu não ‘seis’ nada”.
_ Então ‘sete’-se aí, ordenou a professora.
_ Ah, não? ‘Oita’ vez? ‘Nove’amente? Eu vou ‘dez’cer, retrucou Joãozinho.
Depois de alguns minutos Joãozinho volta para a sala de aula, e a professora lhe pergunta, “‘onze’ você foi?”.
_ Fui ali tomar uma ‘doze’, respondeu Joãozinho.
_ Você ‘treze’ pra mim? – Perguntou a professora.
_ Eu ‘catorze’, mas a senhora não ‘quinze’...
Essa piada foi há um tempo, motivo para muitas risadas na época dos shows da banda ‘Os Cachorros das Cachorras’. Pois foi com o velho ‘11 você tá?’ que o Alfredo quebrou o gelo de quase 10 anos sem nos encontrarmos.
O Alfredo, pra quem não sabe, é o Alfredo Bello do selo ‘Mundo Melhor, e já foi o Alfredog Soriano no baixo dos ‘Cachorros', e hoje também responde por DJ Tudo. Personagem que incorpora para discotecar um ‘dance macumba’ nas noites desse país.
‘Dance macumba’ é o termo usado pelo percussionista Robertinho Silva para definir o estilo de som que Alfredo proporciona nas noites. Robertinho toca com Alfredo no 'Batucajé’, projeto percurssivo com Jadna Simmerman e Simone Sou, que também toca com Alfredo no 'Projeto Cru’.
O Alfredo estava programado para discotecar duas noites na cidade e tinha pouco tempo para encontrar os amigos e tantos outros conhecidos na velha cidade de guerra. A primeira noite de som foi num café meio bistrô que tem tradição de entreter os convidados com um lounge de primeira categoria. Mas segundo o próprio Alfredo, “essa foi uma discotecagem mais emocional, porque eu encontrei tanta gente que não via há muitos anos”.
O Alfredo partiu de Brasília, após se formar em música na universidade’, para viver em São Paulo o sonho de viver de música. Nesses quase 10 anos em que viveu em São Paulo, Alfredo fez gravações de inúmeras expressões populares, como congado, maracatu rural, entre outras. Assim como rituais religiosos como o do caroço no Maranhão e dos índios Pankararu de Pernambuco.
Alfredo se diz marqueteiro porque na sua discotecagem ele toca, quase que exclusivamente, os sons captados pelo selo que criou. E na segunda noite de apresentação, Alfredo montou um time de grandes músicos da cidade, para juntos apresentarem o repertório, quase que completo, do disco Garrafada, recém lançado pelo selo Mundo Melhor.
O disco Garrafada é quase uma compilação de várias coisas produzidas por Alfredo, desde que mudou-se para São Paulo. O disco tem muitas parcerias e desde algumas faixas produzidas recentemente, como outras mais antigas. Mas é um apanhado de grooves e ritmos que podem muito bem ser definidos como ‘dance macumba’. E já que o grande mestre Robertinho insiste?
Alfredo começou a usar o nome DJ Tudo nas festas do ‘Afro-Futurismo’, para tentar explicar o estilo de discotecar usando ‘músicas de resgate’. Eu digo ‘músicas de resgate’ porque não é costume das grandes gravadoras fazerem esse tipo de registro e quando fazem é apenas com o intuito de resgate da expressão cultural. Com isso digo que no Brasil não existe a tradição de preservar a própria cultura. A grande maioria do público não conhece tais expressões populares, deixando claro que o Brasil não conhece o Brasil. Por isso as festas do ‘Afro-Futurismo’ causavam tanta estranheza no público e as mais diferentes reações. Tinham os poucos que adoravam o ‘dance macumba’, enquanto outros surtavam com ‘essa tal de música de candomblé’.
O show do Alfredo, na segunda noite, foi um deleite para os ouvidos. Se não fosse a péssima acústica do lugar, o público poderia ter curtido muito mais. E a estranheza do público com esse tipo de som, que acontecia nas edições da festa ‘Afro-Futurismo’, não aconteceu nesse show. Houveram poucos momentos de estranheza no show da segunda noite, mas no geral o saldo foi positivo e o show foi um sucesso.
Pôxa vida! Os caras ensaiaram na passagem de som e contaram com uma acústica terrível, e umas faixas exageradamente complexas. “As minhas músicas são um samba goiano, como dizem em São Paulo”, avisou Alfredo. E isso porque as entradas de voz nunca seguem o mesmo padrão entre a primeira e segunda parte da música.
O som do Alfredo é uma loucura, só mesmo vendo o show para entender. Então se você não baixar esse disco, eu não ‘dezesseis’ o que vai ser de você.
Por isso ‘dezessete’-se aí e preste atenção no que digo ‘dezoita’vez, porque não vou falar ‘dezenove’amente.
Faça o donwload logo e seja um bom ou’vinte’.
2008 Garrafada
1. Abertura
2. Nossa África
3. Baião de Viola/ É o dedo (com Solymar Cunha)
4. Hilaria (com Luiz Gayotto e Simone Sou)
5. Batucajé (com grupo Batucajé)
6. Rap do Rosário (com a Guarda de Moçamboque da Nova Gameleira)
7. Se ver que vai (com Junio Barreto)
8. Por um Mundo Melhor
9. Verdelinho das Alagoas (com O Grande Barco)
10. Mangangá (com Chico Correa & Eletronic band e Marcelo Monteiro)
11. Em cima daquela serra (com Lourdes de Anora e índios Pankararu)
12. Caniço pensante (com Thera Blue)
13. Desabarágua (com Gero Camilo)
Baixe aqui pelo Eu Ovo
_ Então ‘sete’-se aí, ordenou a professora.
_ Ah, não? ‘Oita’ vez? ‘Nove’amente? Eu vou ‘dez’cer, retrucou Joãozinho.
Depois de alguns minutos Joãozinho volta para a sala de aula, e a professora lhe pergunta, “‘onze’ você foi?”.
_ Fui ali tomar uma ‘doze’, respondeu Joãozinho.
_ Você ‘treze’ pra mim? – Perguntou a professora.
_ Eu ‘catorze’, mas a senhora não ‘quinze’...
Essa piada foi há um tempo, motivo para muitas risadas na época dos shows da banda ‘Os Cachorros das Cachorras’. Pois foi com o velho ‘11 você tá?’ que o Alfredo quebrou o gelo de quase 10 anos sem nos encontrarmos.
O Alfredo, pra quem não sabe, é o Alfredo Bello do selo ‘Mundo Melhor, e já foi o Alfredog Soriano no baixo dos ‘Cachorros', e hoje também responde por DJ Tudo. Personagem que incorpora para discotecar um ‘dance macumba’ nas noites desse país.
‘Dance macumba’ é o termo usado pelo percussionista Robertinho Silva para definir o estilo de som que Alfredo proporciona nas noites. Robertinho toca com Alfredo no 'Batucajé’, projeto percurssivo com Jadna Simmerman e Simone Sou, que também toca com Alfredo no 'Projeto Cru’.
O Alfredo estava programado para discotecar duas noites na cidade e tinha pouco tempo para encontrar os amigos e tantos outros conhecidos na velha cidade de guerra. A primeira noite de som foi num café meio bistrô que tem tradição de entreter os convidados com um lounge de primeira categoria. Mas segundo o próprio Alfredo, “essa foi uma discotecagem mais emocional, porque eu encontrei tanta gente que não via há muitos anos”.
O Alfredo partiu de Brasília, após se formar em música na universidade’, para viver em São Paulo o sonho de viver de música. Nesses quase 10 anos em que viveu em São Paulo, Alfredo fez gravações de inúmeras expressões populares, como congado, maracatu rural, entre outras. Assim como rituais religiosos como o do caroço no Maranhão e dos índios Pankararu de Pernambuco.
Alfredo se diz marqueteiro porque na sua discotecagem ele toca, quase que exclusivamente, os sons captados pelo selo que criou. E na segunda noite de apresentação, Alfredo montou um time de grandes músicos da cidade, para juntos apresentarem o repertório, quase que completo, do disco Garrafada, recém lançado pelo selo Mundo Melhor.
O disco Garrafada é quase uma compilação de várias coisas produzidas por Alfredo, desde que mudou-se para São Paulo. O disco tem muitas parcerias e desde algumas faixas produzidas recentemente, como outras mais antigas. Mas é um apanhado de grooves e ritmos que podem muito bem ser definidos como ‘dance macumba’. E já que o grande mestre Robertinho insiste?
Alfredo começou a usar o nome DJ Tudo nas festas do ‘Afro-Futurismo’, para tentar explicar o estilo de discotecar usando ‘músicas de resgate’. Eu digo ‘músicas de resgate’ porque não é costume das grandes gravadoras fazerem esse tipo de registro e quando fazem é apenas com o intuito de resgate da expressão cultural. Com isso digo que no Brasil não existe a tradição de preservar a própria cultura. A grande maioria do público não conhece tais expressões populares, deixando claro que o Brasil não conhece o Brasil. Por isso as festas do ‘Afro-Futurismo’ causavam tanta estranheza no público e as mais diferentes reações. Tinham os poucos que adoravam o ‘dance macumba’, enquanto outros surtavam com ‘essa tal de música de candomblé’.
O show do Alfredo, na segunda noite, foi um deleite para os ouvidos. Se não fosse a péssima acústica do lugar, o público poderia ter curtido muito mais. E a estranheza do público com esse tipo de som, que acontecia nas edições da festa ‘Afro-Futurismo’, não aconteceu nesse show. Houveram poucos momentos de estranheza no show da segunda noite, mas no geral o saldo foi positivo e o show foi um sucesso.
Pôxa vida! Os caras ensaiaram na passagem de som e contaram com uma acústica terrível, e umas faixas exageradamente complexas. “As minhas músicas são um samba goiano, como dizem em São Paulo”, avisou Alfredo. E isso porque as entradas de voz nunca seguem o mesmo padrão entre a primeira e segunda parte da música.
O som do Alfredo é uma loucura, só mesmo vendo o show para entender. Então se você não baixar esse disco, eu não ‘dezesseis’ o que vai ser de você.
Por isso ‘dezessete’-se aí e preste atenção no que digo ‘dezoita’vez, porque não vou falar ‘dezenove’amente.
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2008 Garrafada
1. Abertura
2. Nossa África
3. Baião de Viola/ É o dedo (com Solymar Cunha)
4. Hilaria (com Luiz Gayotto e Simone Sou)
5. Batucajé (com grupo Batucajé)
6. Rap do Rosário (com a Guarda de Moçamboque da Nova Gameleira)
7. Se ver que vai (com Junio Barreto)
8. Por um Mundo Melhor
9. Verdelinho das Alagoas (com O Grande Barco)
10. Mangangá (com Chico Correa & Eletronic band e Marcelo Monteiro)
11. Em cima daquela serra (com Lourdes de Anora e índios Pankararu)
12. Caniço pensante (com Thera Blue)
13. Desabarágua (com Gero Camilo)
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