'Bixiga 70' faz alusão
a um dos mais famosos bairros da capital paulista e aos timbres e
sonoridade almejada pelos integrantes da banda.
O 'Bixiga 70'
apresenta, em seu segundo álbum, uma incursão ao legítimo batuque
paulistano de raízes africanas. A intenção foi resgatar a
sonoridade dos anos 70 ao misturar o samba de terreiro com o afrobeat
nigeriano de Tony Allen e Fela Kuti.
Já na faixa de
abertura eles reinterpretam o clássico dos 'Tincoãs' de Mateus,
Dadinho e Heraldo, que já haviam adaptado tema comum de domínio público, 'Deixa a gira girar', e encurtam a distancia entre Bahia e
Nigéria.
'Ocupai' parece
oportuna no momento atual e segue apresentando um afrobeat embriagado
com o teclado de Maurício Fleury, que prepara a cama para os sopros
de Cuca Ferreira (barítono), Daniel Nogueira (tenor), Douglas
Antunes (trombone) e Daniel Gralha (trompete).
Em tempos de invasão
paraense, a banda mostra uma cumbia em 'Kalimba', canção recheada
de balanço, suingue e merengue. '5 esquinas' é um afrobeat
característico com marcação cerrada daateria de Décio 7 e a
guitarra espacial de Cris Scabello.
Em 'Kryptonita' a banda
acelera as batidas pelas percurssões de Rômulo Nardes e Gustavo
Cék, seguida pelo groove belo e melódico da faixa 'Tigre'.
'Tangará' é uma exaltação percurssiva, que infelizmente ficou de
fora do vinil.
Quando chegares na
audição de 'Retirantes', já estará completamente inebriado pelo
climático e catártico som do 'Bixiga 70'. A última canção do
álbum dá-se com 'Isa', bela composição do baixista Marcelo
Dworeki, que funciona como um maravilhoso ponto final.
Um encerramento épico,
a altura do disco, ao mesmo tempo acalmando os nervos e deixando um
gosto de quero mais. Deixando no ouvinte a clara vontade de pedir um
repeteco. Eu ovo de novo. E você?
2013 Bixiga 70
1. Deixa a gira girar
2. Ocupai
3. Kalimba
4. 5 esquinas
5. Kryptonita
6. Tigre
7. Tangará
8. Retirantes
9. Isa
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