7.28.2013

MUITO MAIS AMOR COM LIVIA CRUZ

O álbum de estréia da cantora de hip-hop Lívia Cruz apresenta uma união perfeita do rhythm 'n' poetry com o rhythm 'n' blues.


Lívia Cruz bem sabe como falar de amor. No disco 'Muito Mais Amor' ela apresenta crônicas cotidianas sobre esse sentimento.

O álbum em questão tem um som mais focado nas baladas, que remetem ao jazz da fase “pré-acid-jazz”, com trumpetes etéreos e delirantes. É nas batidas e nos beats que o ouvinte percebe-se ouvindo uma obra de RAP.

Destaque para participações especiais de Rashid em 'Diamantes', Karol de Souza em 'Sei quem sou', Gutierrez em 'Mandinga' e Rael da Rima em 'Ele é jogador'. Lívia fala de amores não correspondidos, fim de namoros, relacionamentos complicados e muitos outros casos de amor.

A canção 'Não foi em vão' havia sido lançada como single, com um clipe feito para denunciar a violência contra as mulheres. Um disco pra ouvir coladinho e dançar bem de mansinho.



2013 Muito Mais Amor

1. Muito mais amor
2. Foi o que foi
3. Só por hoje
4. Diamantes (& Rashid)
5. Você se enganou
6. Ver onde vai dar
7. Imensidão azul
8. Sei quem eu sou (& Karol de Souza)
9. Mandinga (& Gutierrez)
10. Não foi em vão
11. Ele é jogador (& Rael)

7.21.2013

VAMOS PRA RUA PORQUE JÁ É HORA DE ANDAR

Roqueiros baianos lançam disco com canções, que descreveram antecipadamente os sentimentos de insatisfação de todas manifestações que tomaram as ruas do país.


O 'Maglore' é um quarteto de rock contemporâneo baiano formado por Teago Oliveira (voz e guitarras), Leo Brandão (teclado e guitarras), Nery Leal (contrabaixo) e Felipe Dieder (bateria).

Com diversas referências populares, as canções refletem o cotidiano do fulano e sicrano das esquina e paralelas das cidades. 'Demais, baby', 'Avenida Sete' e 'Beleza de você'. O álbum também apresenta baladas experimentais como 'Motor' e 'Debaixo de chuva', além do sambinha mineiro/baiano de 'Beagá', que homenageia a capital de Minas Gerais com pitada de Clube da Esquina (do pelourinho).

A banda ainda apresenta o rock indie de 'Espelho de banheiro' e 'Sobre tudo o que diz adeus', que explodem num final apoteótico. 'Quero agorá' conta com a participação de Carlinhos Brown, enquanto 'Nunca mais vou trabalhar' tem Wado.

Há também destaque para a faixa que dá nome ao álbum, 'Vamos pra Rua', onde há o chamado ao povo, para aderir às mudanças pelas manifestações e passeatas urbanas. “Traga o mundo mais perto de onde você quer chegar, vamos pra rua”, conclui a letra, num disco lançado em maio deste ano. Tornando mais interessante o caráter premonitório da canção.




2013 Vamos pra Rua

1. Demais, baby!
2. Quero agorá (& Carlinhos Brown)
3. Avenida Sete
4. Motor
5. Vamos pra rua
6. Espelho de banheiro
7. Beagá
8. Nunca mais vou trabalhar (& Wado)
9. Beleza de você
10. Debaixo de chuva
11. Sobre tudo o que diz adeus

7.14.2013

CRIOLO E EMICIDA, SOMOS NOZES!

União de representantes da cultura hip-hop coloca gênero no topo das paradas de sucesso, através de download gratuito.
Criolo e EMICIDA são reconhecidos pela função de mestres de cerimônia, que é mesmo o significado de MC, antes do nome de cada cantor de rap. Os dois representam o movimento e ajudaram a colocar o gênero em outro patamar da “linha evolutiva da música popular brasileira”, como bem disse Raulzito.

O que os dois juntos não fariam em prol da difusão e fomentação do estilo? Do grande circuito dos artistas consagrados aos cantos mais distantes das mais afastadas periferias, favelas, guetos etc. Com essa ideia, os dois artistas empreenderam um show ao vivo, que foi gravado em áudio e video.

A equipe de filmagem espalhou 40 microcâmeras GoPros por todo palco, na mão dos cantores, no braço do baixo, atrás da bateria e tantos outros lugares imagináveis. Gerando mais de 120 horas de material bruto, que levou mais de dois meses na mesa de edição. Com direção do dvd por conta de Andrucha Waddington e Ricardo Dellarosa, direção do espetáculo de Paula Lavigne e direção musical de Daniel Ganjaman.

Depois de tantos motivos, você tá esperando o que pra baixar esse disco – disponível gratuitamente num site criado especialmente para o dvd – e encomendar o dvd nas lojas indicadas no site.

2013 Criolo & EMICIDA Ao Vivo

1. Zica, vai lá
2. Dedo na ferida
3. Rua Augusta
4. Mariô
5. Subirusdoistiozin
6. Demorô
7. Viva (Melô dos Vileiros)
8. Só mais uma noite
9. Não existe amor em SP
10. Linha de frente
11. A cada vento
12. Outras palavras
13. Lion Man
14. Grajauex
15. Triunfo
16. Capítulo 4, Versículo 3
17. Vida loka I
18. Bogotá

7.07.2013

EXILE ON PIRACEMA

Banda carioca 'Do Amor' lança disco de 18 faixas que pode ser considerado, desde a composição a gravação, a versão tupiniquim de 'Exile on Main St.' dos 'Stones'.
A banda 'Do Amor', formada por Gabriel Mayall e Gustavo Benjão nas guitarras, Marcelo Callado na bateria e Ricardo Dias Gomes no baixo, já é famosa pelos discos de outros artistas (com quem gravaram) e pelos shows que já fez junto com cantores e cantoras da música brasileira.

Entre alguns álbuns clássicos da recente discografia brasileira, a banda gravou o 'Vermelho' de Nina Becker, 'O Deus que Devasta mas Também Cura' de Lucas Santtana, além de terem acompanhado ambos artistas nas respectivas turnês. Sem falar no também antológico disco de estréia, 'Do Amor', de 2010.

Alguns integrantes ainda participam de outros projetos com outros artistas como é o caso de Marcelo Callado, que gravou com a cantora Nina Becker, o belo 'Gambito Budapeste', e junto com Ricardo Dias Gomes integra a 'Banda Cê', que gravou com Caetano Veloso os álbuns 'Cê', 'Zii e Zie' e 'Abraçaço'. Enquanto Gustavo Benjão faz parte da 'Abayomy Afrobeat Orquestra' e Gabriel Mayall toca com Alice Caymmi.

Uma canção de Pepeu Gomes batizou a banda, 'Do Amor', que já no primeiro álbum desfilou belas canções de ritmos tão distintos desde lambada, carimbó, rock, pop e ainda encontrou espaço para homenagens ao guitarrista dos 'Novos Baianos' e a Gonzaguinha no cover underground de 'Lindo lago do amor'.Essa mesma mistura de estilos norteia todo o novo álbum, num belo caldeirão de ritmos.

A banda se isolou na fazenda em Três Rios, no interior do Rio de Janeiro, na fazenda 'Piracema', criando uma atmosfera setentista que permeia todo o álbum. Durante 15 dias, o quarteto se exilou na fazendo para compor e arranjar o que viriam a ser as 18 faixas do álbum – que também será lançado como vinil duplo.

O clima bucólico abre o disco com 'Ar', que logo dá lugar para canções com pegada mais popular de guitarras rasgadas como em 'Ofusca', 'Minha mente', 'May I bleed?', 'Mindingo', 'Quando ele chegar' e 'Tears and fears away'. Mas também há lugar para baladas que brilham levemente misturadas ao xote em 'Life is', ao samba em 'Ninguém vai deixar' e na canção metalinguística 'I`m a drummer', seguida pela bela vinheta 'Ir e vir', que retoma o tema rural também presente em outras faixas como 'No song' e 'Piracema', que intitula o álbum.

O carimbó, a cumbia, a lambada e outros ritmos mais sacolejantes têm espaço em 'El cancionero', 'Esse fumo é bom', 'Eu vou pra Belém', 'Pé na terra', 'Undum', que fecha o álbum regressando à bucólica paisagem, enfatizando o clima chuvoso através dos barulhinhos gravados no local.

Mais do que um disco de canções soltas, 'Piracema' segue uma linha melódica e pré-determinada, estabelecida para incitar o ouvinte à próxima faixa. Misturando e mesclando ritmos e estilos diferentes, o 'Do Amor' apresenta um tempero eclético à música brasileira.

2013 Piracema

1. Ar
2. Ofusca
3. Minha mente
4. Mindingo
5. El cancionero
6. Life is
7. Esse fumo é bom
8. Eu vou pra Belém
9. Pé na terra
10. May I bleed?
11. I`m a drummer
12. Ir e vir.
13. Quando ele chegar
14. Ninguém vai deixar
15. Tears and fears away
16. No song
17. Piracema
18. Undum

6.30.2013

NA SOPA ENSOPADA EU VOLTO PRA CURTIR

Homenagem aos 70 anos de Jards Macalé, reune jovens artistas do cenário atual da música brasileira, em releituras inspiradas.


O tributo em homenagem aos 70 anos do cantor e compositor Jards Macalé, coincide com os recentes documentários sobre o astro: 'Jards' de Erik Rocha e 'Um morcego na porta principal' de Marco Abujamra e João Pimentel. Como um álbum digital, organizado por Márcio Bulk da 'Banda Desenhada', 'E volto pra Curtir' apresenta novos artistas e bandas de diversas regiões do país.

Como curador do projeto, Márcio Bulk decidiu regravar todo o disco de estréia, 'Jard Macalé' de 1972, com a inclusão de outro clássico de Macalé, 'Vapor barato', eternizado naquele mesmo ano por Gal Costa no álbum ao vivo 'Fa-Tal'.

O duo carioca 'Letuce', formado por Letícia Novaes e Lucas Vasconcelos, abre o álbum com 'Farinha do desprezo', seguido por 'Vaor barato' com a banda 'Garotas Suecas', também do Rio de Janeiro. Para logo na sequência, voltar a reproduzir a ordem do clássico de 72, com a baiana Márcia Castro recriando 'Revendo amigos (e volto pra curtir)'.

Os gaúchos do 'Apanhador Só' aparecem com 'Mal secreto', Arícia Mess com '78 rotações', Bruno Consentino nos vocais e Marcelo Campello na guitarra de 'Movimento dos barcos' e Filipe Catto com ' Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata', com Pipo Pegoraro no violão, baixo, bateria, guitarra, órgão e nas programações.

O trio paulistano 'Metá Metá', de Kiko Dinucci, Thiago França e Juçara Marçal, explode na versão de 'Let's play that', seguidos pelo rock melancólico de Rafel Castro para 'Farrapo humano', com vocais de Tulipa Ruiz. Ava Rocha mostra 'A Morte' e Leo Cavalcanti encerra o disco com 'Hotel das estrelas'.

Uma releitura à altura desta obra clássica da música brasileira. Uma homenagem justa e merecida à um dos mais importantes expoentes do cancioneiro popular, que comemora 70 anos de influências positivas na cena musical atual, sempre mantendo sua relevância musical, Jards Macalé.

2013 E Volto pra Curtir

1. Farinha do desprezo – Letuce
2. Vapor barato – Garotas Suecas
3. Revendo amigos (e volto pra curtir) – Márcia Castro
4. Mal secreto – Apanhador Só
5. 78 rotações – Arícia Mess
6. Movimento dos barcos – Bruno Consentino & Marcos Campello
7. Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata – Filipe Catto
8. Let's play that – Metá Metá
9. Farrapo humano – Rafael Castro
10. A Morte – Ava Rocha
11. Hotel das estrelas – Leo Cavalcanti

6.24.2013

A VIAGEM DE SEU PEREIRA COM O COLETIVO 401

Banda apresenta um recorte cotidiano da metrópole paraibana, João Pessoa, onde residem 'Seu Pereira e Coletivo 401'.


Jonathas Pereira Falcão é 'Seu Pereira e Coletivo 401' é também formado por Chico Correa na guitarra e flauta, Thiago Sombra no baixo e Victorama na bateria, além do próprio Jonathas no violão, voz e composições.

O álbum 'Seu Pereira e Coletivo 401' foi todo gravado em João Pessoa, com uma pegada samba-rock de sotaque paraibano. As letras de Jonathas representam uma radiografia poética do cotidiano brasileiro, com referências mil a temas do inconsciente urbano dos habitantes das cidades.

Num álbum onde residem homens-bomba, índios-caçadores, mingaus-viajadores, chevettes-no-prego, galinhas-cabidelas, 20-meninas e até os vira-latas-de-raça. Um disco que é um “bacanal antropofágico”, que se engole e se cuspe tudo ao mesmo tempo.

'Seu Pereira e Coletivo 401' tem produção e mixagem do próprio Chico Correa, além de participações especiais de Cassiano na percussão, Azeitona no trombone, Zázaro no trompete e Júnior Andrade nos teclados.

Destaque para canções como 'Clara herança' com Kiko Dinucci no violão e Russo Passapusso nos vocais, 'Rabissaca' com Brasilino no trombone e 'Já era' com Marcelo Macêdo no violão e guitarra.

As mil influências e referências trazem cumplicidade com a obra criada por Jonathas, criando uma ligação imediata e empatia automática com o discurso de 'Seu Pereira e Coletivo 401'.

2012 Seu Pereira e Coletivo 401

1. Papai e mamãe
2. No mato
3. É pouco
4. Martelada
5. Menina E.T.
6. Batalha diária
7. Já era
8. Rabissaca
9. Férias do guerrilheiro
10. Cabidela
11. Clara herança
12. Peri da Silva

6.16.2013

BA-BOOM É PAVIO ACESO QUE INCENDEIA

Ba-Boom é uma explosão de surpresa no cenário musical brasileiro, com sonoridade rica pelos ritmos jamaicanos. 


Ba-Boom é uma banda formada no ABC paulista, por Bruno Buia na voz e percussão, Allan Tijolin na guitarra e voz, Cassiano Ks na bateria, Raoni Gruber no baixo, Kiko Bonato no sax tenor, Bio Bonato no sax baritono, Victor Fão no trombone, Felippe Pipeta no trompete, Marcos Guarujá e Rafael Bira nas percussões e Caio Duarte nos teclados.

Difícil conciliar tantos interesses, entre 10 integrantes, mas essa galera encontrou a música jamaicana como ponto comum e de união entre si mesmos. Gravaram um disco muito bem produzido por Sérgio Sofiatti da 'Orquestra Brasileira de Música Jamaicana' e participação especial de André Abujanra, do 'Karnak' e 'Mulheres Negras'.

O disco abre com a pedrada, que intitula o álbum, 'Incendeia', um reggae meio ragga meio samba, seguido pelo ska 'Batalha'. 'Quem conta', 'Noite de reggae', 'Amizade prevalece' e 'Como tá Kalunga?' representam o reggae tradicional, enquanto 'Inna RC' e 'Mano sujou!' rementem ao ragga. A banda já fez até uma turnê na Jamaica, onde forma muito bem recebidos pelo público local.

'Canção guerreira' remete à verve pop do grupo e 'Toque de bamba' é pura experimentação com tambores de afoxé da música brasileira. A banda Ba-Boom foi uma grande surpresa do ano passado – tanto que fez parte da lista EuOvo dos melhores do ano – e merece ter o som mais apreciado por todos que são ávidos pela nova música brasileira.

2012 Incendeia

1. Incendeia
2. Batalha
3. Quem conta
4. Noite de reggae
5. Toque de Bamba
6. Amizade prevalece
7. Inna RC
8. Canção guerreira
9. Como tá Kalunga?
10. Mano sujou!

6.09.2013

ANGELA COITADINHA, RÔ, RÔ, BEM FEITO!

Homenagem a cantora Angela Rô Rô, valoriza as grandes composições desta intérprete autoral, na voz dos novos artistas da música brasileira.


“Coitadinha, Bem Feito” é um álbum tributo à compositora Angela Rô Rô produzido por Zé Pedro, com releituras de clássicos do repertório da cantora, feitas por cantores da cena musical atual.

Abrindo com o hit máximo da carreira desta artista, “Amor, meu grande amor”, na voz do cantor Lucas Santtana, que desconstruiu o belo blues com programações e samples pontuando a melodia executava em baixo, órgão e sintetizadores – todos executados por Santtana. A bela canção “Renúncia” tem Lirinha, Pupillo, Berna Ceppas, Igor Medeiros e Rodrigo Coelho.

Leo Cavalcanti apresenta uma versão singela de “Carne e case”, com o auxílio do violoncello de Bruno Serroni. Rômulo Fróes apresenta “Só nos resta viver” no violão, com Luca Raele no clarinete. “Mares de Espanha” foi interpretada por Thiago Pethit, com Pedro Penna, Camila Lordy, Anderson Ambrifi e Leonardo Rosa.

Tatá Aeroplano apresenta a “Balada da arrasada” com Junior Boca, Meno Del Picchia e João Leão. A canção que dá título ao álbum, “Coitadinha, bem feito”, chega na voz de Otto, com Pupillo na bateria, teclado e programações e Regis Damasceno no baixo e guitarra. Gui Amabis entrega “Abre o coração”, também com Damasceno.

“Gota de sangue” aparece pelas mãos do multi-instrumentista e responsável pelo padrão de qualidade do “CSS”, Adriano Cintra. Enquanto Pélico é o responsável pela releitura de “Não há cabeça”, com Jesus Sanchez, Tato Cunha e Bruno Bonaventure.

“Fogueira” tem Rodrigo Campos na guitarra e voz e também Rica Amabis e Alexandre Ribeiro. Kiko Dinucci apresenta “Tango da bronquite”, numa reconstrução em voz e violão, com os teclados de Zé Nigro. Rael da Rima vem com uma banda de responsa em “Perdoai-os, pai”, com Muka Brass, Rafael Costa, Bruno Marccuci e Bruno Dupré.

“Fraca e abusada” tem a voz de Gustavo Galo, com Pedro Gongon Manesco, Del Picchia e Zé Pi. A voz e violão de Dani Black aparecem em “Tola foi você”, seguida de “A mim e a mais ninguém” com Juliano Gauche, Gustavo Souza, Del Picchia, Gustavo Cabelo, Zé Pi e João Leão.

Encerrando com Helio Flanders cantando e tocando piano em “Me acalmo danando” com o violino de Fernanda Kostchak. Um tributo bem produzido e bem elaborado, com grandes canções da cantora Angela Rô Rô, que tem sido subestimada como compositora de sucessos.

2013 Coitadinha, Bem Feito

1. Amor, meu grande amor - Lucas Santtana
2. Renúncia - Lirinha
3. Came e case - Leo Cavalcanti
4. Só nos resta viver - Romulo Fróes
5. Mares da Espanha - Thiago Pethit
6. Balada da arrasada - Tatá Aeroplano
7. Coitadinha, bem feito - Otto
8. Abre o coração - Gui Amabis
9. Gota de sangue - Adriano Cintra
10. Não há cabeça - Pélico
11. Fogueira - Rodrigo Campos
12. Tango da bronquite - Kiko Dinucci
13. Perdoar-os, Pai - Rael
14. Fraca e abusada - Gustavo Galo
15. Tola foi você - Dani Black
16. A mim e a mais ninguém - Juliano Gauche
17. Me acalmo danando - Helio Flanders

6.02.2013

CATARINA, A MULHER CROMAQUI

'Mulher Cromaqui' é o nome do novo álbum da cantora recifense Catarina Dee Jah, no qual ela assume persona multifacetada.

Catarina Dee Jah começou como DJ, mas logo demonstrou irreverência suficiente para se transformar em cantora e compositora.

Com forte discurso, ela assume uma personagem voluptuosa, desbocada e punk-brega. 'Kay fora', 'Sarará' e 'Toca-te dentro' faziam parte do primeiro EP da cantora, e também foram incluídas neste álbum.

Catarina demonstra maturidade para falar de feminismo, comentar sobre relacionamentos e falar sobre sexo. Destaque para faixas como 'Mulher tiragosto', 'Hey mãe', 'Dára', 'Lá mi ré dó ré lá' e 'Vem que vem'.

A faixa 'Intercâmbio cultural' tem participação de Jr. Black e a versão cumbiada da canção virou 'Intercumbia' com participação da banda Academia da Berlinda. O disco 'Mulher cromaqui' é uma peça dançante, que mostra as crônicas cotidianas de uma cantora preocupada em ocupar espaço como mulher e artista.

Catarina é uma artista completa, boa compositora e presença de palco incontestável. Representante direta do movimento nacional das “vulvas em fúria”, ou seja, uma fêmea com “Fogo na Shanah”. 

Um disco imperdível na sua estante... Selvageria na sua orelha!

2013 Mulher Cromaqui

1. Kay fora
2. Sarará
3. Amufinada
4. Intercâmbio cultural
5. Lá mi ré dó ré lá
6. Hey mãe
7. Toca-te dentro
8. Vem que vem
9. Mulher tiragosto
10. Dára
11. Intercumbia
12. Raça desunida

5.26.2013

EMÍLIA CHEIA DE GRAÇA

'Cheia de Graça' é o nome do disco de estréia da cantora Emília Monteiro, nascida no Amapá e radicada em Brasília.
Emilia Monteiro começou no teatro atuando e cantando nos musicais de Deto Montenegro, pela 'Companhia dos Menestréis'. O álbum 'Cheia de Graça' nasceu de suas lembranças afetivas e familiares com os ritmos do norte.

No disco, Emilia faz reverencias aos diversos ritmos da região Amazônica, como batuque, marabaixo, lundu, carimbó, cumbia, carimbó chamegado, guitarrada e zouk love. 'Mandacarú' abre o álbum trazendo a modernidade ao batuque-jazz.

Com produção de João Ferreira e Rodrigo Campello em duas faixas, o disco ainda traz a participação especial de Dona Onete no zouk-love 'Veneno de cobra' e no carimbó chamegado 'Eu quero esse moreno pra mim'. 'Mal de amor' tem um balanço bom do marabaixo.

O carimbó 'Coisinha' e a balada 'Descalço' foram produzidas por Rodrigo Campello, produtor de gente como Roberta Sá e Ney Matogrosso. 'Córrego rico' foi composta por Ellen Oléria e representa uma história muito especial para ela. “Quando mostrei essa música para a Emília, ela chorou. Mas lá em casa todo mundo ri de ouvir essa canção, porque nela eu uso o cotidiano do convívio famíliar”, ressalta Ellen.

'Mãe e só' é uma pérola, que ressalta a força de todas as mães guerrilheiras do mundo. Um verdadeiro hino para todos os dias das mães. A canção que dá nome ao disco, 'Cheia de graça' também foi composta por outra cantora brasiliense, Angela Brandão. Faixa de balanço caboverdiano, quase um fado.

O lundu 'Meus ventos', a balada-jazz 'Mais eu' e o batuque 'Mão de couro', com participação do mestre da guitarrada Aldo Sena, encerram o disco. Um álbum apaixonante com interpretação singular de Emília Monteiro.

2013 Cheia de Graça

1. Mandacaru
2. Veneno de cobra
3. Mal de amor
4. Coisinha
5. Descalço
6. Córrego rico
7. Eu quero esse moreno pra mim
8. Mãe e só
9. Cheia de graça
10. Meus ventos
11. Mais eu
12. Mão de couro

5.19.2013

AS CABEÇAS DA ORQUESTRA DE CABEÇA

Banda sergipana mistura elementos de ritmos tradicionais com elementos eletrônicos e faz um som contagiante.

     

A banda 'Coutto Orquestra de Cabeça' é uma micro-big-band, que faz uma 'eletrofanfarra' onde mistura ritmos como a cumbia, tango, milonga, valsa, forró, marcha, fanfarra etc com samples e batidas eletrônicas – dai o nome que vai batizar o primeiro álbum, 'Eletrofanfarra'.

Previsto para ser lançado neste mesmo ano, o disco vem sendo gravado pela banda, após muito trabalho ao vivo nas feiras musicais, que acontecem em vários lugares do país, como o 'Porto Musical', onde receberam muitos elogios da crítica especializada.

Quem não pode vê-los em carne e osso, saiba que é possível baixar o EP de divulgação, 'Aratu Milonga', uma ótima oportunidade de conhecer a mistura dançante feita por Alisson Coutto (trombone, vocais e samples), Fabinho Espinhaço (bateria), Rafael Ramos (contrabaixo, vocais e teclados) e Vinicius Bigjohn (acordeon, teclados e vocais).

O EP foi lançado em 2012 e apresenta cumbia com forró em 'Juanita', tango sensorial com 'Cordélia', xaxado com milongas mais batidas eletrônicas em 'Loreta Boutique' e valsa com 'Routine' e 'A flor', que támbém abre o disco apresentando influências do leste Europeu.

Um som imperdível para quem gosta de música de qualidade.

2012 Aratu Milonga EP

1. A flor
2. Routine
3. Cordélia
4. Loreta boutique
5. Juanita

5.12.2013

O SANTO-GUERREIRO TOM ZÉ NA TERRA DA IRARÁ-COLA

Repercussão na internet ao comercial de refrigerante narrado por Tom Zé, gera compacto inspirado do cantor com diversas participações especiais.


Tudo começou quando foi ao ar o comercial da Coca-Cola, onde o Tom Zé narrava o texto enaltecedor do anúncio. Uma propaganda que revisava a paixão do brasileiro ao futebol e refletia sobre a realização do Mundial de Futebol, em 2014. Muita gente criticou essa atuação na peça publicitária, utilizando postagens (muitas vezes ofensivas) nas redes sociais, mais predominatemente pelo feicibuqui.

Tom Zé replicou as críticas e explicou usaria o lucro em investinto em suas experiências musicais – porque ele sempre as fez, mas agora teria respaldo e capital de giro. Naquele pedido de desculpas, o artista abriu o coração e transpareceu ao público. Além de ter dado mais crédito à mal-falada Coca-Cola, com narração otimista e legitimadora, Tom Zé ainda submetia o orçamento pessoal à aprovação pública.

Mas o assunto não morreu ai... Tom Zé, começou a postar em seu blog, uma contagem regressiva para um nascimento.... Nessas narrativas, o cantor comentava diversos nascimentos históricos ou fictícios entre outros assuntos, como a experiência teatral com o espetáculo icônico 'Arena canta Bahia' e episódios da época de ostracismo – final dos anos 70 e toda a década de 80. Mas quem nasceria?

Nasceu o disco 'Imprensa Cantada (Segunda Edição) – Tribunal do Feicibuqui', proposto por Marcus Preto, como resposta ainda mais concisa que o extrato das intenções de Tom Zé. Com participações especiais de EMICIDA, O Terno, Filarmônica de Passárgada, Trupe de Chá de Boldo e Tatá Aeroplano.

Impossível não se render a genialidade, maravilhosidade, sensacionalidade e todas outras idades de Tom Zé, na terra da Irará-Cola.

Imprensa Cantada (Segunda Edição) – Tribunal do Feicibuqui

1. Tom Zé mané
2. Zé a zero
3. Taí
4. Papa Francisco perdoa Tom Zé
5. Irará Iralá

5.05.2013

O NOME DELA É KAROL CONKÁ

Karol Conká representa o universo feminino dentro do hip hop, uma seara cada vez mais dominada por outras grandes mulheres, como Flora Matos, Livia Cruz, Lurdez da Luz e muitas outras.


'Batuk Freak' é o mais recente trabalho de Karol Conká. Um álbum de rap com produção caprichada de Nave e canções cada vez mais melódicas por cima das rimas rápidas e certeiras da cantora. O disco também faz referência a ritmos tradicionais do cancioneiro popular brasileiro.

Canções que misturam o batidão com programações eletrônicas e ritmos brasileiros como samba-reggae em 'Gueto ao luxo', embolada em 'Vô lá' e 'Boa noite' (sampleada por Chico Science em 'A cidade'), funk-carioca em 'Caxambu', pifes em 'Gandaia' e batuque em 'Corre, corre Erê'. Mas outras faixas também remetem a gêneros como reggae em 'Sandália' com parceria de Rincón Sapiência, dubstep em 'Mundo louco', batidas estilo anos 80 em 'Olhe-se' com MC Tuty e baladas como 'Que delícia' e 'Bate a poeira'.

Um disco essencial para entender a transformação atual do rap brasileiro, com cada vez mais referências aos ritmos e aos ricos estilos da música brasileira e internacional.

2013 Batuk Freak

1. Corre, corre Erê
2. Gueto ao luxo
3. Vô lá
4. Gandaia
5. Você não vai
6. Bate a poeira
7. Sandália (& Rincón Sapiência)
8. Mundo louco
9. Que delícia
10. Olhe-se (& Tuty)
11. Boa noite
12. Caxambu

4.28.2013

SPACED NIGHTS LOVES DANCER LASERS

'Space Night Love Dance Laser' é uma força da natureza. Um fenômeno de Brasília. Não dá nem para explicar. É inexplicável.


Sistema Criolina é a marca. O produto é 'Space Night Love Dance Laser', banda formada por Djs da famosa festa da capital e músicos de grupos, vertentes e estilos diferentes – dos quais integrantes dos 'Móveis Coloniais de Acaju', 'Toró de Palpite' e até da extinta 'Tuba Antiatômica do Planalto', entre outros.

Com formação flutuante, os integrantes fixos são Rafael “El Capitan” Oops nas programações eletrônicas, Dillo “Dedos” Daraujo nas guitarras, Esdras Nogueira no sax, Alexandre “Xande” Bursztyn no trombone, Rodrigo “Barata” Tavares na bateria e percussão e Anderson Nigro na bateria, mas com participações de Vavá “Galante” Afiouni no baixo, Luiz “Espiga” Rocha no clarinete, e Ivan “Nancy” Bicudo na guitarra ebow.

O som deles é um caldeirão de referências dançantes que vão desde batidas eletrônicas à fanfarra do leste europeu, com diversos ritmos brasileiros, como lambada, côco, frevo e repente. A canção que abre o álbum, 'Ivani 2000' tem uma levada pop meio “16 toneladas”.

'Mariola' remete ao doce popular para criar uma atmosfera lúdica entre o cavaquinho de Guilherme Campos, sopros, percussões e as programações eletrônicas. 'Chove no eixinho' conta com a participação da dupla maranhense Alê Muniz e Luciana Simões, do Criolina(MA). A faixa é um repente tecnocôco na forma de um trava-línguas moderno ecoando um mantra com o auxílio da sanfona matadeira de Junior Ferreira.

Pequi é fruta do cerrado brasileiro, que também dá nome a faixa 'Pequi week bar', uma tecnocumbia com guitarrada, com o trompete salseiro de Wesbonny Rodrigues e o teclado de Gustavo Cochlar. Em 'Tema do Aparelhinho' a trupe enaltece o carnaval de rua brasiliense com o hino deste mesmo bloco carnavalesco. A música é um legítimo frevo de rua com pitadas de lambada e samba-reggae, ritmos tão característicos dessa época do ano.

'Lambada classe A', a única canção não autoral do disco, é um verdadeiro clássico de Aldo Sena, um dos mestres da guitarrada paraense. Desafio qualquer um a ouvir e não bater o pézinho. 'Amor demais' entrega realmente amor demais. É tanto amor, “somente amor”, que dá a impressão de uma épica balada dos balcãs.

'Wata côco' é um tecno-côco-eletro-ragga-pop, seguido por 'Parque Pithon', que lembra o nome original do Parque da Cidade, uma levada espacial de melodia grega com proporções apoteóticas. O encerramento dá-se com o jazz-samba 'Voadeira swing', com direito ao vocal em scat de André “Móveis” Gonzales, no melhor estilo “...if it ain`t got that swing...”.

O disco tem produção artística do Sistema Criolina – Barata, Pezão e Oops – e produção musical de Xande. Ouça sem moderação!

2013 Space Night Love Dance Laser

1. Ivani 2000
2. Mariola
3. Chove no eixinho
4. Pequi week bar
5. Tema do Aparelhinho
6. Lambada classe A
7. Amor demais
8. Wata côco
9. Parque Pithon
10. Voadeira swing

4.21.2013

LIGIANA ENCONTRA FLORESTA QUE REVELA A FLORESTA

De como a cantora se juntou ao maestro para criarem uma ópera-batuque em homenagem ao passado, presente e futuro.


O novo disco de Ligiana nasceu muitos anos antes, mas ninguém sabia disso ainda, nem mesmo a própria cantora. Nasceu junto com a própria artista, antes que ela mesmo decidisse trilhar a carreira como musicista. Estava encrustado em sua pele por toda a infância, e ficou pelas memórias e lembranças desde então.

Com produção e arranjos do maestro Letieres Leite, da Orquestra Rumpilez, Ligiana compôs uma obra singular com um pé na tradição de batucada e outro no lirísmo concertista, o disco intitulado 'Floresta'. A cantora é filha de mãe mineira com o jornalista maranhense, Celso Araujo, que também é cantor, compositor e filho da Floresta homenageada por esta singela ópera.

Destaque para o disco todo em si, uma vez é impossível separar as canções de sua ordem no álbum. 'Floresta' é um álbum a ser contemplado. Uma forma orgânica, viva e de força própria. Toda essa força emana através da cantora, que se transforma na essência de artista que sempre carrega consigo.

O disco foi todo gravado em quatro madrugadas intensas, com Marcio Diniz na bateria e percussão, Ayrton Zettermann nos baixos e contrabaixos, Gerson Silva nos violões e outras cordas e Bruno Aranha no piano – Tito Oliveira, Idson Galter, Juninho Costa e Marcelo Galter tocam respectivamente os mesmos instrumentos na faixa 'Boi de Catirina'.

No final do processo, foram adicionados mais percussões, cordas, sopros e vocais, para tudo ser mixado por André T. ao lado de Letieres. Com esse álbum, Ligiana pretende apresentar um espetáculo com verve cênica. Neste álbum ela é a Floresta.

Conversei com Ligiana e Letieres sobre este belo projeto.


Ligiana, como você chegou ao Letieres? E como foi trabalhar com ele?
Nos conhecemos na Bahia e de cara vimos que podíamos fazer música juntos. Letieres é um inquieto dos sons, um gênio generoso e nos encantamos um pelos universos sonoros do outro. Dei carta branca para os arranjos e produção dele, e ele foi muito cuidadoso e delicado ao se aproximar do repertório que eu havia compilado, trabalhamos muito juntos e em sintonia altíssima. O fato de se tratar de um disco independente é muito positivo neste caso, não fizemos nenhuma concessão, colocamos nossos desejos e loucuras inteiras no disco e acho que isso faz do resultado algo bem honesto.

...E você Letieres?
Na realidade quando conheci Ligiana, não estava ainda em questão realizar algum trabalho juntos... Mas sabia que se algo realizássemos seria muito interessante por causa da musicalidade e conhecimento que ela possui.

Como você definiu a linha de produção do álbum?
Um trabalho simples e bem objetivo baseado na idéia de um trio de base (com participações extras pontuais) num estilo de gravação direta com o mínimo de interferência (num conceito “ao vivo”).

Ligiana, como você vê essa forma de gravar o disco ao vivo? Sem interferência alguma no processo...
Eu venho de música de câmara, de conjunto. Para mim esta é a forma mais fundamental de fazer música... fazendo juntos! Não trabalhei assim no primeiro disco mas fiquei feliz de ter feito 'Floresta' desta forma viva e vibrante. Acho que os deuses da música agradecem sempre que a tratamos assim, de maneira ritualística.

Como você define esse álbum?
Acho que o disco reflete o que de melhor eu podia fazer neste momento da minha vida, e isso já é bastante. Fiquei feliz por ter ousado vocalmente, passeado em territórios que podem até parecer inusitados de colocação vocal mas que fazem parte da minha historia com a música. Eu aprendi muito gravando e trabalhando com Letieres, que tem pilares muito firmes na forma de abordar a música, isso é muito tocante... Um deles, por exemplo é a questão rítmica e o respeito às claves. Isso transforma a forma de cantar, de dizer o texto. Foi um desafio
maravilhoso!

Letieres, tive a forte impressão do disco ser uma obra completa... Quase uma ópera... Uma ópera-batuque. Qual é a sua impressão pessoal sobre o álbum?
Pessoalmente não acredito que a parte batuque (nome genérico da percussão afro-brasileira) seja tão preponderante neste trabalho (duas são as músicas com percussão).
Acho que o foco está claramente nas interpretações magistrais de Ligiana.


Ligiana, você compôs várias faixas do disco? Como foi assumir esse lado de compositora?
Sim, a maioria das canções são minhas, muitas em parcerias com Juliana Kehl, Chico César, Celso Araujo, Marcel Martins e Lucas Paes. E algumas são pérolas, como é o caso da canção do Haiti, que dialogam muito bem com o repertório autoral, assim como é o caso da versão que meu pai fez
para uma canção de Pino Daniele.
Letieres me deixou muito segura para cantar composições minhas, valorizou meu lado compositora e criadora, isso foi fundamental.

Ligiana, você comentou que o disco homenageia sua avó... Essa homenagem foi pensada? Programada?
Floresta era o nome de minha avó paterna, maranhense. O disco não começou a existir a partir de uma homenagem a ela. A energia dela que veio se aproximando do disco até se tornar o próprio disco. Eu brincava que o disco deveria se chamar “Que no Planeta haja Música e Dança, a Cidade e a Floresta, o Silêncio e a Conversa entre Irmãos”, que é o trecho final da canção que abre o disco, 'Malabares'. Eu gosto dessa frase porque ela é positiva e engloba minha visão de existência, mas é claro... É longuíssima!
Então pensei em Floresta e na hora veio o estalo: meu Deus! Sou neta da Floresta! O Maranhão, estado dela e do meu pai (que é meu parceiro) foi aparecendo pra mim, decidi gravar a 'Canção de Sousândrade' que meu pai compôs a partir de poemas deste grande poeta maranhense do século XIX, que ele canta pra mim desde criança. Depois descobri o 'Boi de Catirina', que é uma historinha a parte - eu e Letieres ouvimos este boi e eu mandei pro meu pai perguntando se conhecia... Ele me respondeu “claro, sua avó adorava cantar isso”... Dizer o que mais? E depois, já perto de gravar o disco, compus junto com Letieres 'Corda e Mearim', uma vinheta que fala da Floresta e das florestas (o nome faz referência aos dois rios que se encontram em Barra do Corda, a cidade onde ela nasceu).
Mas nem todo o repertório se relaciona com Floresta, apesar de que sinto que todas as canções são habitadas por uma espécie de entidade em comum, a floresta aqui é a avó, é a ancestralidade, somos nos mesmos.

Letieres, como foi trabalhar com Ligiana?
Te respondo que raras são as oportunidades de se puder trabalhar com uma cantora com tanto estofo. Uma artista com uma percepção e formação pratica e teórica tão ampla e criativa, tornando o trabalho um agradável passeio.

Ligiana, quais são os planos pra o lançamento do disco?
Meus planos são cantar e fazer com que 'Floresta' seja ouvida! Não temos ainda datas de shows completamente confirmadas mas as pessoas podem ficar atentas no facebook e no site! Em breve espero ter datas. Minha vida agora anda mais corrida porque tenho um programa diário na Rádio Cultura FM.
Mas quero muito ver 'Floresta' nas ruas e nos palcos!



2013 Floresta

1. Malabares
2. Desperta
3. Rouge
4. Esmeralda
5. La mizé pra dous
6. Canção de Sousândrade
7. Salsa petrarca
8. Vem a tempestade
9. Corda e Mearim
10. Boi de Catirina
11. Um pássaro

4.14.2013

NOVOS ARTISTAS ENCONTRAM LENDAS DA MÚSICA BRASILEIRA

Projeto produzido por Daniel Ganjaman, em comemoração aos 75 anos da marca Ray Ban, que reuniu vários artistas da música brasileira.



A festa de lançamento do projeto 'Ray Ban presents Meet the Legends' aconteceu com uma festa ao som de Tulipa Ruiz, com as participações especiais de Emicida e Jorge Mautner. O álbum em si, promove o encontro entre novos artistas da música brasileira com grandes mestres deste mesmo universo.


A primeira faixa resume o encontro do violino e voz de Jorge Mautner com Tulipa Ruiz e sua banda formada por Luiz Chagas (guitarra), Gustavo Ruiz (baixo), Marcio Arantes (teclado) e Caio Lopes (bateria). Uma revoada de passarinhos em 'A ordem das árvores', música presente no primeiro álbum da cantora.


A banda Dorgas gravou com Jards Macalé, a canção 'Faisão dourado (tendência e cor)', com a união entre o rock harmônico da banda com o tom grave da voz de Macalé. Depois a mistura do rock, dos Forgoten Boys, com o soul-funk de Toni Tornado, deixou a música 'Change' com um andamento mais lento para caber na interpretação do tom do Tornado.





A faixa inédita 'Até o amanhecer' resume a parceria da rapper curitibana Karol Conká, acompanhada por Nave nos beats e programações, com os vocais lendários de Luiz Melodia. A próxima parceria foi entre a banda de funk Garotas Suecas com a sambista Elza Soares, em 'Alma'.


A última canção foi 'Ô, sorte!' com Emicida e o bateirista Wilson das Neves, que também conta com acompanhamento de Duani Martins (baixo) e Pepe Cisneiros (piano). Mesclando o jazz com samba e as rimas de Emicida, evocando os títulos das canções do mestre Wilson das Neves.



Uma boa oportunidade para ouvir e assistir essa reunião de batutas e coringas da música popular brasileir.  

Ray Ban presents
2012 Meet the Legends

1. Tulipa Ruiz + Jorge Mautner – A ordem das árvores
2. Dorgas + Jards Macalé – Faisão dourado (tendência e cor)
3. Forgotten Boys + Tony Tornado – Change
4. Karol Conka + Luiz Melodia – Até amanhecer
5. Garotas Suecas + Elza Soares – Alma
6. Emicida + Wilson das Neves – Ô, sorte!