Larissa Luz lança obra ímpar que apresenta diversas homenagens a personalidades femininas negras que despontaram com sucesso em cenários discriminatórios.
O som de Larissa Luz reflete o sinal dos novos tempos, onde a cultura negra é reverenciada e evocada como nova tendência – no chamado movimento afrofuturismo, afropunk etc.
Numa mistura de rep,
roquenrou, trap e dubstep a cantora aborda a música baiana e mostra
definitivamente que os soteropolitanos não assumem o axé apenas
como ritmo, mas também como saudação religiosa.
O novo álbum da
cantora Larissa Luz apresenta a visão feminista em um disco grande e
maravilhoso. Apesar de ser filha de Oyá, Larissa assume exu para
entregar uma mensagem necessária que inicia o empodeiramento de toda
mulher – e principalmente a mulher negra.
O álbum 'Território Conquistado' levou em consideração a imagem de mulheres negras
influentes como a cantora Nina Simone, a poetiza Victória Santa Cruz
e a escritora Bell Hooks, além da colaboração conceitual da
antropóloga Goli Guerreiro.
São dez canções
poderosas que refletem a busca de Larissa por influências que lhe
são semelhantes – com as quais ela possa se identificar. Trate o
álbum como uma tese acadêmica. A faixa de abertura 'Descolonizada',
atua como uma introdução do tema e mostrando a que veio.
'Banho de mar' pede
licença ao orixá e segue trazendo a receita contra o mau-olhado
“arruda na orelha e banho mar”. Em 'Transe', a cantora usa
trechos do poema 'Abebé omin' de Lívia Natália, para falar de
espiritualidade – dedicada a Makota Valdina.
Em 'Meu sexo', Larissa
assume o microfone e fala sobre um assunto tabu e polêmico na “boca
machista da mídia branca e careca”, mas que encontra profunda
delicadeza e naturalidade na voz da cantora. 'Bonecas pretas' fala da
necessidade das meninas negras de terem representação de sua
identidade no mercado de consumo.
'Mama chama' tem
participação de Thalma de Freitas, composta em parceria com a
também cantora Manuela Rodrigues – canção dedicada a Regina Luz,
conhecida educadora e mãe da cantora – onde Thalma recita outro
poema da baiana Lívia Natália. 'Letras negras' foi inspirada pela
escritora Carolina de Jesus, enquanto 'Nollywood' remete à autora
nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, juntamente com o cinema africano.
Para a cantora, a
canção título 'Território conquistado' é o ponto alto do álbum.
Um canção dedicada e com participação especial da
cantora Elza Soares. “Intensidade transbordando e inundando o mundo
com poder feminino, força negra e muita verdade”, afirma Larissa.
Encerrando o álbum de
forma contundente, com a canção 'Violenta', que dá uma visão
curadora e renovadora a toda a mulher negra que já sofreu violência.
Esse disco é uma obra
transformadora!
2016 Território
Conquistado
1. Descolorizada
2. Banho de mar
3. Em transe
4. Meu sexo
5. Bonecas pretas
6. Mama chama
7. Letras negras
8. Nollywood
9. Território
conquistado
10. Violenta
3 comentários:
muito bom!! =)
Maravilhoso
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