11.01.2009

BRASÍLIA FEDERAL FALANDO PARA O MUNDO

A revista Satélite 061 é uma vitrine da arte e dos artistas em Brasília. O intuito é divulgar a arte dos brasilienses no exterior, com produção dos Ossos d’Ofício e Só Som Salva. E essa galera, Marcelo, Déborah, Martha, Pezão, Barata e Oops foram na fé - digo na feira internacional de world music, a Womex, divulgar a revista.

A idéia é isso mesmo. Divulgar os artistas da cidade no exterior e quem sabe atrair investidores. Sejam aqueles que querem vir tocar na cidade, produzir, divulgar etc. Mas também não se pode representar todo eles na revista – e na cidade são tantos... Pois o critério principal para definir qual artista é publicado, ou não, foi a importância da sua obra e, ou, sua relevância no cenário atual. Mesmo assim, alguns devem ter ficado de fora, talvez até muitos...

Para isso existe o site, que em primeiro momento vai mostrar a revista, mas no futuro deve funcionar como uma vitrine, onde cada artista poderá se inscrever e manter seu próprio perfil, além de divulgar si mesmo e sua arte.

Enfim, tudo legal, tudo muito bom... E aí? Com a revista nas mãos, essa galera rumou para Copenhague, na Dinamarca, para participarem da Womex. Então chamei o Barata no emelho e fiz algumas perguntinhas sobre o que anda acontecendo por lá.

Como é que foi a chegada docêis?
Chegamos terça 27/10, depois de passar uma porrada de tempo baldeando nos aeroportos, no meio do pinga-pinga, encontro com produtores/ músicos/ modelos/ bailarinos/ atores (nesse ramo não tem especialização, tem que fazer tudo – pra entender tudo – multimídia) de outros estados com o mesmo destino, parada para devassa, bate papo, um mostra o que está levando pra feira – um dvd produzido em outra turnê européia, edição bacana – festivais gringos sempre são interessantes e podem render ótimos frutos. O trampo começa e ainda tem muita informação, cds, cartões, turnês, expertise, embromations para serem trocadas durante a viagem. Hey ho escambo!

Como assim escambo?
Escambo mesmo rolou a noite, após o reconhecimento inicial dos apês (alugamos dois, um para três pessoas e outro pra quatro – somos uma equipe grande, um time de futebol de salão com reserva), todos muito brancos, claros, bem bacanas. Mas voltando à troca, fomos pra Cristiania, bairro boêmio daqui, podemos chamá-lo como Pezao disse, Dinamaica. Chegamos lá de baú e metrô, e saímos na frente de uma praça meio escura, um sai e entra de gente, danado. Então fomos conferir. E num é que tinha um portal..., com um visu cinematográfico, uma galera cúúl na parada fumanú, vira à esquerda, paredes pintadas, grafitadas, sobe escada, moçada fumando, roupas e óculos cúúls, entra, desembolsando 70DKK (dead kennedys kennedys pros internos) a coroa local, pede cerva, produzida no local, com um rótulo manero, besourão, três grupos vão se apresentar, microfones, pedais, efeitos e começa um som bacana, mas 20 minutos seria bom desse som, a parada se estende e fica um transe mântrico das repetições, uma hora entra uma mina com guitarra e canta um lance new wage como bjork indie, efeitos psicodelicos, cúúls, tá valendo, o pub é massa – Loppen é o nome do place. Legislação própria, alguns problemas com o comércio da jamba em barraquinhas a céu aberto, balanças alterads e uma ciculação impressionante de locais, turistas, junkies, cúúls e outras tribos na pilha do "digestivo".

Caracavéio!!! E no dia seguinte? Vocês ainda estavam vivos?
Quarta/28out, montagem do stand, Vanessa na pressão, acorda a moçada as 10 da matina, vamos a pé pro outro apê, pra encontrar os outros e pegar o material, 1000 revistas que serão distribuídas no Womex, 300 cds coletâneas do catálogo, cds e dvds do Sacassaia, Cacai Nunes, Integral Bambu, Patubatê, e um promo da Criolina com produções próprias, remixes e duas mixtapes no final.

Qual a importância que os grigos dão ao material?
Aqui é importante trazer um material bacana, com capa bonita, bilíngue e começar a conhecer, embromar, inglezar, macarronear e trocar infos, contacts, make business... Nosso objetivo é mostrar a cena brasiliense e agendar a Criolina na gringa. Muitos já sabem quem é a Satelite 061, estamos com uma certa moral na feira, pequena mas é uma moral. E isso é importante, todos elogiam a revista, o design grafico, a diversidade e possibilidades que existem na cidade. No stand recebemos os DJs Tudo e Tahira de sampa. Parcerias e bons contatos sendo feitos, com o nosso objetivo firme e forte. O stand da BMA estava lá com vários amigos de estados diferentes - perto do nosso stand - todos na missão! Caribe, Istambul, Bélgica, Suiça, Chile, França e mais gente conversando com a gente sobre possibilidades. Duca!

E como foram recebidos na feira, a Womex?
Já começou na montagem do stand, na fila do cadastramento. Fechamos nossa TV de 42’', ligamos no lap da Martha, imagem e som, ok! Banners chegaram finalmente (haviam sido extraviados), rasga pagina da revista pra colocar, dupla face aqui, ali, Oops comenta que podia ter um piso no stand e vamos produzir, um chão quentinho, verde bandeira e tchanam: stand lindo com imagem do andre santangelo no fundo, a cara do Burle Marx no banner grandona (centenário do paisagista universal), arte dos caras do Estudio Mopa, foda! Vale ver entra aí no http://www.satelite061.com/.

E depois?
Ficamos direto. Ninguém foi pra casa tomar banho, bando de sujo, e ainda por cima esfomeados, fomos pra abertura do Womex no Copenhagen Concert Center (lugar foda, por fora, por dentro e a acústica impecável, sem palavras), onde rola um show de world music (cúúl) e um coquetelzin, bemzin mesmo, sem rango, fomos com a equipirada pernambucana, que estavam com uma van alugada, esparrar num dos 15 milhões de quababs que tem na Europa e nos deliciamos com esse quitute fim de noite, mas ainda tinha mais... Global , um club jóia, com show dos colombianos ‘Bomba Estereo’ (dancehall, psycadelic cumbia, eletronicos e pitadas indie) e o DJ Schack, o dinamarques que arrumou duas gigs pra nós aqui. Noite foda.

Fala um pouco dessas gigs ai?
Tocamos no Barbarellah, com o Schack, que é responsável por várias noites brazucas por aqui, é um bom DJ e casado com uma brasileira. Também rolou na noite o DJ, percussa, gente fina, Tidhy(?) e o percussa brasileiro Marquin(?), mais o DJ set do Marcelinho da Lua e do B.Negão - brothers de viagens, pois, tocamos juntos no ano passado na frança e bélgica na mesma feliz coincidência - onda boa! Galera empolgada e mostrando que a música brasileira veio pra ficar. Impressionante o numero de dinamarqueses que falam português e tem a cultura brasileira como referência. Pista cheia, apesar do som baixo, o lugar é mais um bar que um club, o povo dança, literalmente até o chão, e mais, dança tudo! Moçada eclética! Na outra noite, The New Brazilian Sounds, a noite brasileira organizada pela embaixada brasileira, festa da Womex (apesar de ser off-womex), e a Dinamarca, DJ Schack represents! Foi no Rust, um club foda, com as paradas gringas rolando nele - som de qualidade - profissionalismo em tudo, até no pagamento, vide recibo, numero do passaporte, tudo certin! Isso é foda! E mais o show do Marcelinho da Lua com o live do BossaCucaNova mix, trombones, percussa, guita, vocal... Foda! E depois B.Negron Sound System com DJ Maga Bo - nosso parceiro too. Foda tambien. Dancefloor lotado, gritinhos histéricos e a noite caminha... DJ setting Criolina broken is everthing too.

E Pezão? Como foi o ritmo de trabalho ai na feira?
O ritmo aqui é alucinante – neguinho não pára – daí sacamos que é impossível mandar notícias o tempo todo. Mas o que posso adiantar é que, mais uma vez, o trabalho que todos nós fizemos juntos repercutiu muito bem aqui, gerando uma pancada de oportunidade legal. Tocamos no Rust, o club mais tradicional de Copenhague. Fodásso! Lotado! A gringaiada sacudiu geral! Na mesma noite perdemos o show do Mulatu Astatke e Heliocentrics no Jazz House, que era no quarteirão ao lado. Mas tudo bem...

Pois é Pezão e Barata... Me despeço docêis disponibilizando pra geral, o arquivo digital que gerou os 300 cds da coletânia Satélite 061 e também o promo da Criolina, Dancemus et Rebolemus. E antes que eu me esqueça... As fotos são da Vanessa Paraguassu...

2009 Coletânia Satélite 061

1. Preto véio (Ha-Ono)
2. Canibal (Sacassaia)
3. Liberta coronha (Dudu Maia)
4. O verde mar de Angola (Luciana Oliveira)
5. Graciosa (Pablo Fagundes)
6. Nosso som (Galinha Caipira Completa)
7. Niemeyer (Amoy Ribas)
8. O avesso (Cacai Nunes)
9. Forró de tamanco (Ellen Oléria)
10. Peixe (Toró de Palpite)
11. Descomplica (Móveis Coloniais de Acaju)
12. O cabra da peste negra (Satanique Samba Trio)
13. Nos gerais (Roberto Corrêa e Siba)
14. Ka nho naben (Seu Estrelo + Petit Mamady Keita)
15. Tô bolado (Patubatê)

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2009 Criolina – Dancemus et Rebolemus

1. Supernaves (DJ Oops original mix)
2. Marcha do candango (DJ Pezão original mix)
3. Que Rico El Mambo by Señor Coconut (DJ Oops remix)
4. Oco Tambor Sólido by Bolão (DJ Pezao remix)
5. O Amargo by Eddie (DJ Oops remix)
6. Estrada do Sol by Os Incríveis (DJ Oops remix)
7. Mentira by Marcos Valle (DJ Oops remix)
8. Criolina tropical short mix
9. Criolina balkan & swing short mix

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Um comentário:

Fabrício Persa disse...

porra... q galera massa é esse q ta produzido esse material foda lá em brasilia ??

entrei no site dos caras mas nem
axei mta informação.

juro q queria ter ido pra esse feira cheia de artistas, musica e doidera... hehe

show.